O meio ambiente continua a ser uma prioridade para os europeus, segundo o último Eurobarómetro feito pela Comissão Europeia. Os cidadãos dos Vinte e Cinco são claros ao dizerem que o ambiente que os rodeia é tão importante, ou mais, que a competitividade econômica da União. Nando Pagnoncelli, director do gabinete italiano do Instituto Estatístico Europeu (IPSOS), não estranha que a problemática ambiental assuma uma tão grande importância, mais que outros assuntos: "É verdade que na Europa, há hoje uma preocupação com o crescimento econômico e com o emprego, mas é também verdade que, numa altura de estagnação, as pessoas pedem protecção e tutela. Uma situação de pessimismo traduz-se em maiores exigências quanto à qualidade de vida".

São os gregos, eslovenos e polacos quem mais põe o meio ambiente e a situação politico-econômica no mesmo plano de preocupações. Portugal está a meio da lista, com 85% da população a achar que os dois aspectos têm a mesma importância. Uma percentagem que coincide com a média europeia. Já a Holanda e a Áustria têm a percentagem mais pequena. Mesmo assim, dois terços da população concordam com esta idéia.

"É um claro pedido à Europa por parte dos cidadãos, que fazem sentir esta preocupação junto dos parlamentos nacionais e também do poder local. Também os novos países membros sentem esta necessidade. Mas o dado que mais me surpreendeu é que há muitas pessoas que se dizem capazes de deixar o carro, em proveito dos transportes públicos" Segundo o Eurobarómetro, os europeus acham que a boa saúde do meio ambiente é essencial para a qualidade de vida. A Grécia é o país mais preocupado. Seguem-se a Dinamarca e Malta, ambas com 86%. Uma percentagem muito superior à dos últimos da lista: Alemanha e Holanda.

"Neste momento assiste-se a uma falta de confiança em relação à Europa, sobretudo considerando a União dum ponto de vista econômico, e também em parte político. O tema ambiental é muito popular e poderia ser um elemento aglutinador da coesão europeia. A própria imagem da Europa pode melhorar, se lhe for dada mais importância", remata Nando Pagnoncelli.
(Euro News, 20/03/06)
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