Presença de espécies exóticas invasoras na América do Sul inspira livro que será lançado na COP8
2006-03-20
Entre as diversas ações de divulgação de estudos, relatórios e livros inseridos na programação da COP8 (8a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, de 21 a 30 de março, em Curitiba), destaca-se o lançamento da obra “América do Sul Invadida”, publicado pelo Programa Global de Espécies Invasoras (GISP). O livro traz um retrato dos impactos e das ameaças decorrentes da invasão por espécies exóticas – aquelas não nativas – aos ecossistemas naturais e à biodiversidade da América do Sul, e traz exemplos de espécies invasoras de diversos grupos biológicos que afetam a flora, a fauna a agricultura e a saúde humana, como animais aquáticos, terrestres, insetos e vegetação.
Segundo Sílvia Ziller, Coordenadora do Programa de Espécies Exóticas Invasoras para a América do Sul da The Nature Conservancy (TNC), “a presença do Programa Global de Espécies Invasoras na COP 8 é uma oportunidade para os países participantes de alinhavar estratégias para implementação da Convenção de Diversidade Biológica e definir as atividades a serem realizadas nos próximos dois anos, já que a temática de espécies exóticas invasoras será um dos temas principais da próxima reunião, a COP 9.”
Com o objetivo de fornecer visão e informação sobre a problemática das invasões de espécies exóticas no continente sul-americano, em linguagem prática e acessível, o livro, em suas 80 páginas, trata de espécies exóticas invasoras já presentes no continente, algumas delas comuns em muitos países, e seus impactos. O livro também examina mais de 65 espécies exóticas invasoras na região e traz uma pequena seção sobre espécies sul-americanas que se tornaram invasoras em outras partes do planeta. Este livro faz parte de uma série de publicações do GISP que já contemplou a África e a Ásia Tropical.
O GISP é um grupo internacional criado por recomendação da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) em 1997 para conservar a biodiversidade e os modos de vida através da redução da disseminação e do impacto de espécies invasoras. A The Nature Conservancy (TNC) é uma das entidades participantes do GISP, junto com a IUCN (The World Conservation Union), a CABi e o Instituto de Botânica da África do Sul.
As espécies exóticas invasoras
A evolução humana mudou drasticamente a distribuição das espécies no planeta, causando não apenas impactos econômicos e sobre a saúde humana, mas também impactos ecológicos como a descaracterização de habitats naturais e a extinção de espécies. Os números são alarmantes: estimativas revelam que mais de um terço das extinções de espécies nos últimos 400 anos foram causadas por animais, plantas e pragas exóticas invasoras. A prevenção, através de controle em entradas e saídas alfandegárias e colaboração entre países, o controle e a conscientização pública, é a melhor solução para esta problemática, já que, uma vez que as espécies adentram um ecossistema, sua erradicação se torna difícil e pode ser muito custosa. Mais informações no site do GISP www.gisp.org e www.tnc.org.br.
(Informações da TNC)