(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-03-20
O Rio Grande do Sul não está tecnicamente preparado para enfrentar a gripe aviária caso ela chegue ao Estado. Esta é a opinião do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação e Cereais (Contac), órgão ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Siderlei Oliveira.

Embora conheça a doença, suas formas de contágio e propagação, não há, em toda a Região Sul, sequer um laboratório capaz de fazer as análises do foco de forma rápida – o único existente no país encontra-se em Campinas, São Paulo. Há também, segundo ele, ausência de equipamentos necessários para detecção do vírus e verbas orçamentárias. "O problema é político. Só se investe naquilo que dá retorno. A prevenção não dá retorno político imediato", afirmou.

Essas deficiências foram reiteradas por Ana Lúcia Stepan, do Ministério da Agricultura, Adriana Reckziegel, da Secretaria Estadual da Agricultura, além de outras entidades e órgãos presentes durante reunião na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, realizada quinta-feira (16/03), na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALERGS), em Porto Alegre.

"Num Estado que figura como o segundo produtor de frango do Brasil – precedido apenas por Santa Catarina – é preocupante saber que não temos nem máscaras para os nossos trabalhadores", disse Oliveira. Na sua avaliação, um país que pretende ser grande tem que pensar e agir como tal. "Precisa pensar no futuro porque essa doença vai chegar ao país. Principalmente por que não há como segurar essas aves que são migratórias".

O presidente da Comissão, deputado petista Elvino Bohn Gass, segue na mesma linha de raciocínio. Conforme ele, o Estado precisa se estruturar. "Necessitamos concursos para fiscais e médicos veterinários, além de equipamentos adequados para os laboratórios de análise". José Romélio Aquino, presidente do Sindicato Médico dos Veterinários, concorda e vai além. "São coisas muito básicas que precisamos, como veículos para deslocar os profissionais até o local de possível foco, luvas e botas", avaliou.

Produção já está prejudicada
O encontro teve por objetivo informar as comunidades e discutir o que está sendo proposto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no que se refere à prevenção do vírus H5N1, responsável pela gripe aviária e que tem atacado aves exóticas e domésticas nos continentes europeu e asiático.

Durante a reunião também foi discutida a perda de produção e exportação de aves pelo Estado, já que apesar de o Brasil ainda não ter nenhum caso de contágio, a região gaúcha já sente os efeitos da epidemia. Em fevereiro, as exportações de frango caíram 12%.

No mesmo mês, a União Brasileira de Avicultura (UBA) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) fizeram uma reunião para recomendar aos produtores que reduzissem a produção em 10% a 15%. Mas, no início de março, a Abef precisou radicalizar sua orientação e passou a recomendar aos sócios um corte de 25%, informou o presidente da entidade, Ricardo Gonçalves, em entrevista à Agestado. A partir de maio o setor tomará medidas drásticas como a redução de 20% da produção e o rodízio de férias nas empresas e indústrias para evitar demissões. Estas informações foram divulgadas pelo presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristide Vogt.

Algumas empresas, entretanto, já começaram a paralisar os trabalhos. A Avipal, uma das principais indústrias de alimentos do Brasil, que atua nos segmentos de proteína animal e vegetal, divulgou no início do mês que irá colocar em férias coletivas, durante abril, os seis mil funcionários de suas unidades de Porto Alegre e Lajeado, no Rio Grande do Sul, e de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Com sede em Montenegro (RS), a Doux Frangosul também admitiu redução no número de funcionários em decorrência da redução da demanda externa, principalmente de mercados como Oriente Médio e Europa.

De acordo com Vogt, "a preocupação do setor é com as exportações, e não com a doença ou com o consumo interno, no qual percebemos um ligeiro aumento nos últimos meses". Na opinião de Ricardo Gonçalves, presidente da Abef, "será a primeira vez na História que as exportações brasileiras de frango vão cair ou ficar estagnadas".

Ele acrescenta ainda que 85% das empresas filiadas à Abef estão adotando medidas de ajuste. O setor vai pedir ao governo a criação de uma linha de crédito emergencial para financiar estoques durante a crise. "A redução nas exportações vai exigir um ajuste contundente", analisa o presidente da Abef.

Seguro-desemprego
Além da diminuição na venda para o mercado internacional, outro problema apontado por Vogt é a queda nos preços do produto. "A expectativa é que o setor volte a se estabilizar no começo do ano que vem", comentou.

O prefeito de Arvorezinha, Sergio Velere, também presente ao evento, afirmou estar preocupado com as medidas estaduais e federais que serão tomadas na prevenção da entrada de aves no país, bem como do futuro dos pequenos produtores de sua cidade. "Queremos do Ministério um seguro - desemprego para esse produtores primários. O medo já está tornando pública as conseqüências do problema, que se refletem nos dados apresentados pela Asgav". Semelhante avaliação tem o representante da CUT, Siderlei Oliveira. Para ele, um seguro integrado seria a solução no momento. "O europeu e o asiático já decidiram que não vão mais comer frango. Enquanto isso, nossas exportações vão diminuindo, as fábricas demitindo funcionários e logo vão ter suas portas fechadas".

O deputado Bohn Gass anunciou que irá encaminhar algumas sugestões ao governo federal, que vem realizando consultas públicas que irão integrar o Plano Nacional de Controle e Prevenção da Gripe Aviária, previsto na Portaria 48 do Ministério da Agricultura. Entre algumas medidas, a solicitação de criação de um laboratório completo no Estado, o pedido de extensão do seguro-desemprego e a avaliação da capacidade orçamentária. "O maior prejudicado é a sociedade. É a cadeia da produção como um todo, que engloba produtor, indústria e empregado. Indiretamente vai criar um caos social", finalizou.

Perdas constantes
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a gripe aviária já causou perdas de aproximadamente US$ 10 bilhões nos países afetados. O medo da gripe vai levar a uma queda mundial no consumo de aves que pode chegar a 3 milhões de toneladas. Na Europa, por exemplo, a redução do consumo oscila de 70%, registrados na Itália, a 20%, apontados na França. Na Índia, a queda é de 25%.
Por Tatiana Feldens

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -