Reformistas iranianos propõem suspensão do programa nuclear
2006-03-20
A Frente da Participação, um dos principais partidos reformistas do Irã, propôs a suspensão de todas as atividades nucleares como solução para a crise que seu país enfrenta com a comunidade internacional. O jornal "Shargh" publica na segunda-feira (20/03) que a Frente, em comunicado, insistiu na necessidade de "retomar a política de pacifismo" da época do ex-presidente do país, Mohammad Khatami. "Como primeiro passo, propomos que seja adotada oficialmente uma política para reduzir a tensão e que reflita uma posição pacífica, controlando o comportamento das autoridades", acrescenta a nota.
A Frente da Participação, dirigida por Mohammad Reza Khatami, irmão do último presidente iraniano, lembra que o conflito por causa do programa nuclear terá repercussões no futuro da nação e exige mais transparência. "A participação de todas as correntes nacionais e dos analistas com diferentes pontos de vista na tomada das decisões ajudaria, em grande medida, na manutenção da unidade nacional e evitaria o desvio dos interesses nacionais", continua o comunicado.
A Frente também sugere que Teerã mantenha as negociações com os países do Conselho de Segurança das Nações Unidas, entre eles os Estados Unidos. "Se as autoridades iranianas pretendem sair da crise, devem demonstrar uma atitude democrática dentro do país", conclui a nota. O comunicado do partido reformista do Irã foi divulgado dois dias depois de os 15 membros do Conselho de Segurança (CS) se reunirem para debater o caso nuclear e elaborar uma nova minuta de declaração presidencial, apresentada pelo Reino Unido e a França.
No documento, o apoio à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi reafirmado. Os membros do CS pedem ao Irã que suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio e que coopere com a agência da ONU nas investigações para comprovar que seus programas nucleares só têm fins pacíficos. O texto ainda exige que o Irã ratifique o Protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e cumpra todas as exigências impostas pela AIEA.
(EFE, 19/03/06)
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