Verba disponível para monitoramento das bacias hidrográficas não é suficiente, diz Agência
2006-03-20
A verba que a Agência Nacional de Águas (Ana) dispõe neste ano para fazer o monitoramento das bacias hidrográficas brasileiras é 25% menor que o necessário. "Os custos do sistema são da ordem de R% 18 milhões, mas em 2006 contamos com apenas R$ 13,5 milhões, por causa do contingenciamento", declarou o superintendente de Informações Hidrológicas da Ana, Valdemar Santos, no "2º Seminário Água e Sociedade na Amazônia", que acontece hoje (17) em Manaus.
"A agência é dinâmica e está trabalhando para buscar mais verbas, para que chegue ao final do ano com as atividades a todo vapor", ressaltou Santos. Segundo ele, no ano passado o montante disponível para a atividade ficou entre R$ 14 e R$ 15 milhões. "Isso é muito importante. Se você não tiver dinheiro, você não tem como operar; perde informação. E o monitoramento é a base de toda gestão."
Santos contou à Radiobrás que a verba para esse monitoramento vem do total arrecadado pelo governo federal com as compensações financeiras pagas pelas empresas operadoras do setor energético. "São cerca de R$ 600 a R$ 700 milhões por ano. Noventa por cento desse recurso vai para os municípios que têm áreas inundadas".
O superintendente explicou ainda que a agência coordena na Amazônia uma rede de monitoramento da Bacia do Rio Solimões/Amazonas, com mil estações de coleta de dados, diariamente captados por agentes locais especialmente treinados. A cada três meses, essas informações são recolhidas e analisadas. "A gente sabe a vazão, o nível dos rios, a quantidade de chuva acumulada e a qualidade da água", detalhou. "Na região, há poluição apenas próxima aos grandes centros urbanos, pela falta de saneamento básico, e em áreas de garimpo."
O 2º Seminário Água e Sociedade na Amazônia está sendo organizado pelo Núcleo Interdisciplinar de Energia, Meio Ambiente e Água (Niema) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
(Agência Brasil, 17/03/06)