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2006-03-17
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, assinaram quinta-feira (16/03), no Palácio do Planalto, acordo para aprofundar a cooperação energética entre os dois países. Um dos pontos em estudo é a possibilidade de aumentar a capacidade de geração de energia a partir das reservas de carvão da região de Candiota, no Rio Grande do Sul, que detém 40% do carvão nacional, para o envio de energia ao país vizinho. Os governos dos dois países também vão estudar a possibilidade de se construir uma linha de transmissão para levar essa eventual energia adicional de Candiota até a região de San Carlos, no Uruguai. Segundo o Ministério de Minas e Energia, critérios para isenção tributária nas transações e intercâmbios de energia serão definidos por ambos os governos. Os dois países já cooperam, hoje, no setor. No mês passado foi fechado acordo para a exportação de 700 megawatts (MW) pelo Brasil para o Uruguai.

Sem citar diretamente os problemas que está enfrentando com a vizinha Argentina, Vásquez aproveitou a declaração conjunta à imprensa, ao lado de Lula, para defender "um Mercosul maior e melhor, sem diferenças econômicas e territoriais". Lula, por sua vez, falou da necessidade de serem solucionados as diferenças entre todos os sócios do Mercosul. "O Mercosul tem de beneficiar todos os seus sócios", afirmou Lula, em resposta às continuadas críticas do Uruguai e do Paraguai de que Brasil e Argentina são os sócios mais beneficiados no bloco.

"O Mercosul também é uma família, e, como toda família, temos por vezes problemas", declarou Lula, referindo-se, indiretamente, também à chamada "guerra da celulose". Esta "guerra" começou em 2005, quando duas modernas indústrias de celulose da Europa anunciaram a construção de fábricas na cidade uruguaia de Fray Bentos, perto da fronteira argentina. O anúncio provocou a reação dos ambientalistas argentinos, que temem a poluição dos rios Negro e Uruguai.

Os dois presidentes comemoram, ainda, a reforma da ponte Barão de Mauá, que liga Jaguarão a Rio Branco, e a construção de uma segunda ponte sobre rio Jaguarão, no Rio Grande do Sul.
(Correio do Povo, 17/03/06)

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