Seminário sobre resíduos de Pelotas traz pesquisa que investe no tratamento com plasma
2006-03-17
Pesquisadores vinculados ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estão em estágio bastante adiantado para consolidar uma tecnologia nacional, a partir da utilização do plasma para tratamento e destinação final de resíduos sólidos. Representantes dos dois institutos, Antônio Carlos da Cruz (IPT) e Choyu Otani (ITA) apresentaram trabalhos sobre o assunto no seminário sobre resíduos sólidos que se realiza em Pelotas (RS).
Apontado como o quarto estado da matéria, o plasma é um dos principais caminhos que poderão ser adotados como solução para diversos problemas hoje enfrentados com os resíduos sólidos. Uma de suas utilizações está na geração de energia alternativa e ambientalmente correta.
O plasma é identificado como o quarto estado da matéria em função do tratamento que ela recebe para eliminação de gases, redução de massa e geração de energia. Sua tecnologia é direcionada para melhorar as condições de tratamento dos resíduos sólidos no país.
Choyu Otani, do ITA, revela que as pesquisas são feitas em plasma térmico e frio há 20 anos pelos dois institutos. Na área térmica, as utilizações ocorrem na refusão de escória de alumínio, refusão de latas e cavacos de alumínio, aquecimento de tundish contínuo, refusão de cavacos de ferro e produção de alumina tipo bolha.
Mais aplicações
Outros pontos onde a tecnologia é utilizada são o tratamento de cinzas de incineração, reciclagem e recuperação de metais nobres e modelagem de tochas de plasma. Para sua utilização a frio, os principais caminhos são para desenvolvimento de reatores, radiofreqüência, microondas e corrente contínua, processamento de materiais, deposição e limpeza, nitretação iônica e ativação assistida por plasma.
Nos segmentos geradores de ozônio, o plasma entra no tratamento de resíduos e purificação e tratamento de água residual e industrial. Também pode ser utilizado na combustão assistida e tratamento de resíduos mercuriais.
A utilização deverá ocorrer principalmente em tratamento de resíduos sólidos industriais, sólidos municipais e lixo hospitalar. Existe a possibilidade de reaproveitamento dos resíduos com reciclagem e tratamento. O lixo pode gerar energia a partir de um reator plasma e os testes são feitos em unidade experimental no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em São Paulo, com processamento de 150 quilos de resíduos por hora.
(Diário Popular, 17/03/06)