Baía de Sepetiba (RJ) ainda sem solução para rejeitos
2006-03-17
Cinco horas de reunião e nenhuma solução. Em audiência pública quarta-feira (15), na 7 Vara Federal, os responsáveis pela massa falida da indústria Ingá Mercantil - que fechou em 1998, abandonando três milhões de toneladas de rejeitos com metais pesados às margens da Baía de Sepetiba, em Itaguaí - discutiram projetos de limpeza da área com representante, da União, do estado, dos ministério públicos estadual e federal e da prefeitura de Itaguaí e pescadores da região. Presidindo a audiência, a juíza Maria de Lourdes Tavares considerou insuficiente a solução proposta pela massa falida e pediu estudo do impacto ambiental das obras.
A titular da 1 Vara Cível de Itaguaí, Jane Carneiro de Amorim, havia determinado, anteontem, o tratamento e o monitoramento do subsolo, a partir de 25 de março, custeados pelos recursos da massa falida. O projeto foi desenvolvido pela PUC.
- Temos R$ 800 mil para isso. A juíza, atendendo à solicitações do MP, pediu relatório de impacto ambiental. Atrasará a obra, mas providenciaremos - disse Ubirajara Loureiro, assessor do responsável pela massa falida, Jarbas Barsanti.
Um grupo de pescadores veio de Itaguaí protestar contra a poluição na baía que, segundo eles, teria matado a maioria dos peixes, desempregando uma comunidade inteira da Ilha da Madeira. Eles chegaram com 40 minutos de atraso e não puderam entrar na audiência, pois a sala estava lotada.
(O Globo, 16/03/06)