Cientista sugere transformar plataformas de petróleo antigas em recifes artificiais
2006-03-16
O biólogo marinho Milton Love descobriu que as plataformas de petróleo além da costa central da Califórnia (EUA) são um porto para espécies de peixes que diminuíram drasticamente por causa da pesca exagerada. Essas são boas notícias para os executivos do petróleo, que estão procurando motivos para não pagar milhões de dólares para remover as plataformas depois que o produto bruto termina.
Ambientalistas dizem que as companhias de petróleo estão simplesmente tentando fugir de suas obrigações. "Os peixes estarem lá não significa que a plataforma constitua um habitat", disse Linda Krop, advogada do Centro de Defesa do Meio Ambiente. "Isso é como tirar uma foto de pássaros em fios de telefone e dizer que estes são um habitat natural".
As 27 plataformas foram instaladas durante as quatro últimas décadas e agora produzem 72 mil barris de petróleo por dia. Ambientalistas e residentes da costa reclamam delas por estragarem a paisagem e atrapalhar a ecologia do oceano. As leis federais dizem que as companhias devem remover suas plataformas quando as operações estiverem completas, apesar de ninguém saber se isso será anos ou décadas até que os depósitos subaquáticos terminem.
As empresas de petróleo estão pressionando as autoridades estaduais e federais para manterem os equipamentos no lugar, citando as descobertas de Love de que as plataformas são o lar de muitas espécies de peixes. No Golfo do México, mais de 200 plataformas já foram convertidas em recifes artificiais.
(Estadão Online, 15/03/06)
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