Garrafas PET são usadas para criação de móveis
2006-03-16
Um projeto de cunho social e ambiental desenvolvido pela Divisão de Desenho Industrial do Instituto Nacional de Tecnologia – INT – utiliza garrafas recolhidas para fabricação de produtos, principalmente sofás e pufes. A iniciativa visa auxiliar cooperativas de catadores a aumentar a própria renda. “Ao comercializar um produto com maior valor agregado do que a sucata, os catadores podem melhorar seu padrão de vida”, diz Júlio C. Augusto da Silva, designer do INT.
A atividade, que envolve também a criação, ainda ajuda a recuperação da auto-estima destes trabalhadores, empenhados em tarefa de grande importância ambiental, mas muitas vezes sem o devido reconhecimento.
No lugar de madeira e metal, os designers criaram uma estrutura de garrafas PET para criação dos sofás, poltronas e pufes. Aparentemente o mobiliário é igual ao tradicional, uma vez que o estofamento é idêntico, com uma ou mais camadas de espuma recobertas por tecido. A diferença encontra-se somente na estrutura e nos materiais utilizados para essa armação.
Silva aponta alguns dos benefícios desse modelo, em vantagem aos convencionais. “Para o comprador, os estofados são idênticos aos tradicionais, e tem como vantagem o baixo peso”, diz. Além do aumento da auto-estima, os catadores garantem maiores ganhos. A atividade é ainda um incentivo para o recolhimento das garrafas do meio ambiente, que também acaba “lucrando”.
A relação do Instituto com as cooperativas é de repasse tecnológico, explica Silva. Por se tratar de um órgão público, as soluções são encaminhadas para as cooperativas e comunidades beneficiadas, cabendo ao órgão a criação. O projeto foi aplicado em algumas cooperativas e comunidades no Rio de Janeiro, e depois repetido em Brasília e Salvador. “Há uma expectativa de repetir o projeto em mais seis cidades em 2006, com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia”, antecipa.
(AmbienteBrasil, 16/03/06)