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2006-03-16
Segundo um representante oficial da CE - Comissão Européia, o Esquema de Comércio de Emissões da UE (EU-ETS - Emissions Trading Scheme) terá continuação após 2012, apesar das incertezas de como funcionará e das preocupações sobre a sustentabilidade do sistema europeu sem a participação de países como os EUA. “Haverá comércio de emissões após 2012. A questão é qual será o tipo de negociação desenvolvida. Mas a diretiva está aí, e essa é uma das nossas principais medidas”, disse Lars Müller, representante do diretório de Meio Ambiente da CE.

Müller estava em Estocolmo falando em uma audiência pública sobre mudanças climáticas, organizada por membros do Comitê Permanente sobre Meio Ambiente e Agricultura no Riksdag, ou parlamento. Durante o seu discurso, Müller disse que os estados membros da UE devem agir mais para reduzir as suas emissões de gases do efeito estufa (GEE), assim como desenvolver planos para adaptação para as mudanças climáticas, das quais uma parte já é inevitável.

Enquanto ele dizia que uma maneira de reduzir as emissões poderia ser a tecnologia de captura e estocagem do carbono, colocou que esta levanta muitas “questões legais. Há problemas de responsabilidades que devem ser resolvidos”. Na próxima rodada de alocações de emissões, para o período de 2008-2012, Müller disse que os Planos Nacionais de Alocação (NAPs - National Allocation Plans) devem ser mais simples. “Pediríamos aos estados-membros (da UE) que reduzissem regras administrativas desnecessárias”, disse ele.

Os membros também precisam refletir sobre qual o tipo de programa deve ser implementado para combater as mudanças climáticas após o final da segunda fase do EU ETS em 2012, disse Muller. “Uma questão-chave é: será que os estados-membros estão realmente fazendo a sua parte?”. Muller também pediu que mais recursos financeiros sejam aplicados em programas de eficiência energética em países como a China e Índia, onde o crescimento econômico está gerando grande demanda por mais energia.

Mas Müller disse à Platts que através de uma perspectiva econômica, mais energia nuclear pode não ser a melhor escolha para ajudar a reduzir as emissões de GEE. “Através de uma perspectiva puramente de mercado, temos que olhar o que realmente é econômico e eficiente,”disse ele. “Há custos enormes envolvidos com a energia nuclear se forem incluídos os gastos com o lixo, e o problema deste lixo não é resolvido em qualquer país.”

Müller disse, entretanto, que dada a falta de tecnologias renováveis economicamente viáveis, a nuclear não pode ser simplesmente descartada. Mas os países que escolherem não utiliza-la, e optarem por renováveis, devem “investir seriamente nestas tecnologias”. O mercado, disse ele, “deve interpretar um papel muito importante, fornecendo a resposta para qual tipo de energia devemos utilizar no futuro”.
(CarbonoBrasil, 15/03/06)
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