Seminário em Pelotas discute futuro do lixo
2006-03-15
Técnicos e profissionais especializados em gerenciamento de resíduos sólidos
estarão debatendo, a partir de hoje (15/03) em Pelotas, os projetos e
experiências dos municípios brasileiros no setor. O Seminário Nacional de
Resíduos Sólidos, promovido pela Associação Nacional dos Serviços Municipais de
Saneamento (Assemae), ocorrerá até sábado (18/03) na Universidade Católica de
Pelotas.
Segundo o presidente da Assemae Regional Sul, engenheiro Gilberto Cunha,
algumas questões que serão debatidas serão relacionadas aos problemas
enfrentados pelas prefeituras - como falta de recursos para investimentos em
saneamento e burocracia para financiar os projetos para o setor. “Os órgãos
ambientalistas exigem que as prefeituras se adaptem, mas os pequenos e médios
municípios têm muitas dificuldades devido à falta de recursos”, afirmou Cunha.
Para buscar uma solução, técnicos do Ministério das Cidades e do Meio Ambiente
- além de representantes dos agentes financiadores como CaixaRS e Caixa
Econômica Federal - participarão do encontro. A intenção, no final do seminário,
é lançar uma Carta de Pelotas com as principais idéias dos três dias.
Também serão debatidos os projetos para saneamento no Brasil, como a utilização
do processo de autoclavagem para tratamento de lixo hospitalar, coleta seletiva,
reciclagem e protocolo de Kyoto. “Apenas em 10% dos municípios brasileiros há
separação de lixo”, disse Cunha. Outro dado preocupante é que 59% da produção
brasileira de resíduos é destinada aos lixões - que não oferece nenhum tipo de
tratamento. “Nos municípios pequenos ou médios, o índice sobe para 68,5%”,
avaliou o engenheiro.
Capital retira toneladas de dejetos por mês
A falta de educação ambiental da população aumenta mais o problema dos resíduos
sólidos. A situação é visível em Porto Alegre, levando-se em consideração a
sujeira dos 18 arroios que cortam a cidade. Somente no mês de fevereiro, o Departamento
de Esgotos Pluviais (DEP) retirou 63 caçambas de dejetos – o que significa 504
metros cúbicos de lixo. "A situação é preocupante, principalmente devido aos
problemas dos alagamentos", explicou Cristina Bernardes, coordenadora da Equipe
de Educação Ambiental do DEP.
Entre os arroios mais sujos estão aqueles onde há moradias em volta, como Dilúvio,
Cavalhada (na Zona Sul), e do Salso, na Zona Norte. "O Dilúvio, por exemplo, está
precisando urgente de uma dragagem. Estamos trabalhando para realizar este
trabalho o mais cedo possível", afirmou.
(JC, 15/03/06)