Bagé entra em situação de emergência devido à estiagem
2006-03-15
Ao anunciar na terça-feira (14/03) a ampliação do período de racionamento de
água para oito horas em horários alternados e em três setores diferentes, o
prefeito de Bagé, Luis Fernando Mainardi, também decretou situação de
emergência no município. Antes do anúncio, o racionamento já atingia 40% da
população entre 22h e 5h. A medida, que entra em vigor hoje, segundo a diretora
do Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb), Estefanía Damboriarena, não
podia mais ser adiada em razão da queda alarmante dos níveis das barragens, nos
últimos dias. A Barragem da Sanga Rasa, que depende exclusivamente de captação
de água da chuva, está com 9,5 metros abaixo do nível normal e a do Paray com
3,8 metros aquém da cota.
O Setor 1, que compreende os bairros servidos pelas caixas elevadas da Curva da
Morte, São Judas e Prado Velho, ficará sem água entre as 12h e as 20h. O
segundo turno do racionamento, das 20h às 4h, vai atingir os moradores dos
bairros abastecidos por meio das caixas elevadas da Estação de Tratamento de
Água (ETA), de São Martim e do bairro das Laranjeiras. Durante o terceiro turno,
das 4h às 12h, será suspenso o abastecimento da população abastecida pelas
caixas elevadas do Passo das Tropas, Bairro São João, rua 24 de Agosto, e ETA,
usando os registros do Gringo e do bairro Mascarenhas de Moraes.
Estefanía alerta que a cidade só possui condições de abastecimento para mais um
mês, caso não chova nos próximos dias. Ela afirma que o município poderá entrar
em colapso, já que as previsões meteorológicas não são nada alentadoras para
transformar o quadro atual. Segundo o decreto municipal, a falta de chuvas vem
castigando a economia de Bagé, com prejuízos nos setores da pecuária e da
agricultura, que tem nas lavouras de soja, milho e sorgo as suas maiores
expressões.
(CP, 15/03/06)