Fazenda Aroeira sedia pesquisa sobre cultivo de eucalipto consorciado com outras culturas
2006-03-15
A possível invasão do MST nos seis mil hectares da Fazenda Aroeira, que faz parte do Complexo da Ana Paula Agropastoril, com total de 14 mil hectares, adquiridos pela VCP na região, poderia destruir um milionário investimento. Nas terras da Aroeira, há dois anos, está sendo desenvolvido o projeto de agrosilvicultura - plantio de eucaliptos para obtenção de madeiras consorciada com grãos e carne.
Nos seis mil hectares são oferecidos 150 empregos diretos. Nesta fazenda, a empresa conta com universidades, pesquisa inédita no mundo sobre cultivo de eucalipto consorciado com outras culturas.
O diretor Florestal da VCP, José Maria de Arruda Mendes Filho, diz que esta pesquisa em alguns poucos anos trará grandes benefícios a toda a cadeia produtiva. Somente no extremo sul a empresa já investiu nos últimos anos R$ 310 milhões.
Pesquisa Inédita
A pesquisa iniciou em setembro do ano passado e uniu a VCP, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Albert-Ludwigs-Universität Freiburg, da Alemanha. Em quatro estações experimentais está sendo avaliada em detalhes toda complexidade da relação entre a água e a plantação de eucaliptos e demais plantas à sua volta; do comportamento dos nutrientes; da composição do solo e até mesmo do efeito da luminosidade sobre as pastagens durante o crescimento dos eucaliptos.
O estudo abrange um sistema agrossilvipastoril formado pelas culturas de eucalipto, sorgo, soja e pastagem.
Nesta unidade, estão sendo desenvolvidos relatórios, a cada três horas, de como reagem o solo, o ar, a água, os nutrientes e a luminosidade em uma floresta de eucaliptos com ou sem outras culturas. O custo estimado do projeto é de 200 mil dólares até o ano de 2.012. Os equipamentos foram todos importados da Alemanha e instalados pelo pesquisador da Universidade de Freiburg, Peter Trüby . Os primeiros resultados devem ser gerados ainda em 2006.
Integração de culturas
O gerente operacional da Unidade Florestal ainda relata que a VCP está desenvolvendo a integração da silvicultura com a agricultura e a pecuária. Os primeiros experimentos da VCP no Estado começaram a ser implantados em outubro de 2004 e hoje totalizam uma área de 1.500 hectares.
No primeiro ano, o eucalipto foi plantado consorciado principalmente com sorgo, melancia, abóbora e melão. No segundo, houve o cultivo de sorgo, trigo, girassol, aveia e cevada. A partir do terceiro ano, serão formadas pastagens, para convívio com o gado de cria nas florestas até a colheita da madeira, ou seja, por mais quatro anos.
Além disso, detalha que a empresa destina uma área para preservação ambiental. Atualmente vem desenvolvendo o projeto Poupança Florestal, onde o agricultor só poderá destinar até 50% das terras para o plantio de eucalipto. Pela legislação vigente, até 20% da área deve ser preservada. A empresa sugere que a reserva ambiental ocupe 25% da propriedade. O programa oferece apoio técnico, linhas de financiamento e garante a compra da produção.
Atualmente há três mil inscritos, 400 cadastrados e 130 contratos em andamento, totalizando uma área de cinco mil hectares para plantio em 2006 e 1000 hectares já plantados em 2005.
(O Minuano, 14/03/06)