Comissão de Agricultura debate controle, prevenção e impactos da gripe aviária
2006-03-15
A ameaça de uma epidemia de gripe aviária no país e as conseqüências da
detecção da doença na Ásia e na Europa sobre o setor produtivo brasileiro
motivaram a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo do
Legislativo (CAPC) a dedicar a reunião ordinária desta quinta-feira (16/03)
ao debate da proposta de "Plano Nacional de Controle e Prevenção da
Influenza Aviária". Segundo o presidente, deputado Elvino Bohn Gass (PT), o
objetivo do encontro é informar as comunidades e discutir o que está sendo
proposto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
para impedir a propagação do vírus e para evitar prejuízos econômicos e
sociais. "A reunião terá um caráter informativo e de apresentação de
sugestões para a análise do órgão federal. Vamos discutir medidas
preventivas, precauções, controle e providências para amenizar riscos
decorrentes da contaminação, sem que isto traga maiores dificuldades para os
agricultores familiares", explicou.
A gripe aviária é resultado da infecção de aves pelo vírus influenza,
causador de doenças de alta patogenicidade, caracterizadas por sintomas
graves e alta taxa de mortalidade dos animais. A transmissão se dá entre
diferentes espécies por contatos diretos ou indiretos de aves domésticas com
aves aquáticas migratórias, as quais são reservatórios naturais do vírus e
também mais resistentes a infecções. A exposição direta a aves infectadas ou
a suas fezes (ou à terra contaminada com fezes) pode resultar na
contaminação humana. Também pode se dar por inalação ou ingestão do vírus
presente nas fezes e secreções de animais. A doença ainda se propaga de um
país a outro por meio do comércio internacional de aves domésticas vivas.
Além disso, lembrou Bohn Gass, a disseminação da doença na Europa e Ásia já
afeta o consumo de frango em nível mundial e o comercio internacional. "O
setor já se prepara para uma queda nas exportações de aves e grãos, como a
soja. O aumento dos estoques já levou empresas a suspenderem o fornecimento
de pintos para engorda, deixando os agricultores sem ter como produzir.
Existem indústrias que paralisaram o abate, o que é muito preocupante. No
RS, a produção e industrialização de aves geram R$ 2,5 bilhões por ano, dos
quais, 71% são originários da agricultura familiar.", detalhou o
parlamentar.
A reunião acontece na sala José Antônio Lutzenberger, 4º andar da Assembléia
Legislativa, às 9h30.
(Informações da Assembléia Legislativa, 14/03/06)