Guaíba pede punição a invasores da Aracruz
2006-03-14
Lojistas, comerciantes, moradores, estudantes e políticos de Guaíba saíram às
ruas, ontem (13/03), para pedir a punição dos invasores do Horto Florestal Barba
Negra, da Aracruz, em Barra do Ribeiro. Os cerca de mil manifestantes também
realizaram ato de apoio à indústria na unidade de Guaíba, responsável por mais
de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do município. "Além de pedirmos a
penalização dos envolvidos na destruição dos viveiros e do laboratório de alta
tecnologia, na madrugada do dia 8, solicitamos segurança para a região", frisou o
prefeito Manoel Stringhini.
A comunidade guaibense teme que os atos de vandalismo da Via Campesina possam
prejudicar novos empreendimentos da Aracruz no Estado. O Rio Grande do Sul, a
Bahia e o Espírito Santo estão na disputa para abrigar uma nova unidade produtiva
da empresa, totalizando investimento de 1,2 bilhão de dólares. "O povo gaúcho não
concorda com atitude semelhante a dos rebeldes talibãs praticada em Barra do
Ribeiro", disse Stringhini, que, na época da construção do horto, era
superintendente florestal da Riocell - atualmente denominada Aracruz.
O objetivo, conforme o prefeito, é lutar para que a Aracruz opte pelo RS para a
instalação da nova unidade, independentemente de a cidade escolhida ser Guaíba.
"Queremos que fique na Metade Sul, onde todos os municípios têm condições de
receber o empreendimento", salientou. O diretor financeiro do Sindilojas, José
Medeiros, justificou que o sentimento é de revolta na cidade. Segundo ele, a
maioria dos estabelecimentos comerciais manteve as portas fechadas durante a
passeata, que partiu do Parque da Juventude, às margens do Guaíba, e seguiu até a
sede local da Aracruz.
"Somos ordeiros e temos orgulho de ser gaúchos", comentou o tradicionalista
Walter Carneiro, da Sociedade Beneficente Fraternidade Gomes Jardim. Ele
percorreu o trajeto a cavalo, ao lado de cavalarianos do piquete Bento Gonçalves
e de DTGs da cidade. A mobilização também teve apoio da OAB-RS, Polícia Civil e
Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros, além de diversas associações de
moradores, escolas de samba e times de futebol, entre eles Inter e Grêmio. O
presidente do Conselho de Pastores de Guaíba, pastor Roberto dos Santos,
aproveitou o momento para fazer uma oração coletiva pela paz.
(CP, 14/03/06)