Clérigos defendem direito do Irã a obter energia nuclear
2006-03-14
Os oradores das principais mesquitas iranianas advertiram na segunda-feira que o Irã não renunciará ao seu direito de possuir energia nuclear. Num discurso nas rezas de segunda na Grande Mesquita de Teerã, o clérigo Ahmed Khatami assegurou que o envio do polêmico programa nuclear de Teerã ao Conselho de Segurança da ONU "não aterroriza o povo" iraniano.
O religioso, que também pediu aos iranianos que "se mantenham unidos e atentos para fazer frente aos planos do inimigo", frisou que seu país não pensa em desenvolver armas nucleares, como suspeitam os Estados Unidos e a União Européia (UE). A AIEA, que examinou o polêmico programa nuclear iraniano esta semana, enviou-o ao Conselho de Segurança, onde deverá ser debatido nos próximos dias. "É ridículo ameaçar o povo iraniano com o Conselho de Segurança. Isto não aterroriza o povo iraniano", disse Khatami.
Postura similar expressou o aiatolá Abdallah Yauadi Amali, um dos clérigos mais respeitados da cidade sagrada de Qom, no centro do país, que pediu ao Ocidente que "trate com lógica uma potência como o Irã". "O uso pacífico de energia atômica é um direito dos iranianos, que nunca se submeterão à injustiça", afirmou Amali. O Governo iraniano afirmou várias vezes que não abandonará a pesquisa nuclear, embora tenha demonstrado sua disposição de dar continuidade ao diálogo com vistas a uma solução para a crise.
(EFE, 13/03/06)
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