(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-03-13
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) tem promovido debates com governadores e prefeitos, no sentido de que a produção de ferro-gusa (um manufaturado derivado do minério de ferro) venha a ser feita usando 100% de carvão proveniente de florestas plantadas pela própria mineradora, em parceria com governos e clientes.

A medida reforça a intenção da empresa de desenvolver projeto de recuperação de áreas e reflorestamento na Amazônia e em outros estados onde atua na exploração de minério de ferro. Para o presidente da empresa, Roger Agnelli, essa é uma forma de mostrar ao mundo que o Brasil se propõe a exercer uma mineração que respeite o meio ambiente e o ecossistema de cada região.

Há poucos dias, Agnelli, entregou à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, um projeto de recuperação de áreas e reflorestamento da Amazônia desenvolvido pela mineradora.

"Como o consumo do carvão utilizado no processo de fabricação do ferro gusa é grande e se demora até sete anos para desenvolver uma floresta, estamos chamando governos e clientes na tentativa de liderar um processo para que, em um período de tempo relativamente curto, possamos ter 100% da produção de gusa (com carvão proveniente de) florestas plantadas".

Segundo Agnelli, a iniciativa gera emprego e renda. A idéia se divide em três partes: implementar contratos com grupos de pequenos e micros produtores que estão explorando terras em áreas que foram objetos de assentamento no passado e cujas famílias estão sem condições de viabilização econômica dessas terras; utilizar o médio e grande produtores agropecuários que passariam a destinar parte de suas terras ao plantio das florestas; e utilizar as próprias terras exploradas pela Vale nesse processo.

"Através de contratos nós garantiríamos a compra da madeira a ser produzida e ainda por cima respeitaríamos a vocação local, ao mesmo tempo partindo para outras atividades: o biodiesel, ou a produção de grãos de uma maneira geral", esclareceu.

Secretário diz que projeto da Vale pode reverter problemas resultantes da produção de gusa
O Ministério do Meio Ambiente considera positivo o projeto da Companhia Vale do Rio Doce de recuperação ambiental de áreas degradadas e de reflorestamento da Amazônia, segundo informou o secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco. Para ele, a iniciativa poderá reverter um problema "gravíssimo" que é a produção de gusa, um derivado do minério de ferro fundamental para a produção do aço.

Capobianco conta que várias empresas guseiras que produzem a partir do minério de ferro extraído de Carajás instalaram-se em áreas da Amazônia gerando grave impacto ambiental "porque a capacidade de suporte de carvão vegetal legal na região é muito menor do que o consumo".

Ele lembrou que a fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no ano passado foi intensa, autuando as empresas "de forma severa, com valores muito altos".

Capobianco disse que a continuidade de atuação dessas empresas está condicionada à comprovação da origem do carvão. "Esse é o cenário de impacto industrial, intenso, grande, atuando sem base sustentável do ponto de vista de origem do produto. Nesse sentido, a Vale junto com outras empresas propôs uma ação que, do nosso ponto de vista, é extremamente positiva", afirmou o secretário.

Segundo Capobianco, a Vale fez um levantamento com imagens de satélite de vários municípios da região norte, de Marabá a São Luís, e identificou vastas áreas desmatadas e improdutivas, inclusive as denominadas de "preservação permanente" como margens de rios, topos de morros e áreas de produção de nascente. Ele disse que a proposta da Vale é recuperar a vegetação nativa nessas áreas e, em outras que tenham vocação, plantar eucalipto para produzir o carvão que será utilizado pelas guseiras.

"Com isso, nós teríamos a manutenção de uma atividade econômica importante, que interessa ao país, que agrega valor ao minério de ferro. Teríamos a oferta de carvão produzido a partir de eucalipto, que é o melhor, mais adequado, que economiza inclusive matéria-prima. Melhora a qualidade da gusa e, ao mesmo tempo, recupera as áreas degradadas com vegetação nativa, fundamental para a manutenção das condições ambientais daquela região que foi muito degradada e impactada no passado recente", disse Capobianco.

Projeto da Vale não quer criar grandes monoculturas de eucalipto, esclarece Capobianco
O secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco afirmou que o projeto de reflorestamento da Companhia Vale do Rio Doce também quer estimular a participação de pequenos produtores familiares de assentamentos de reforma agrária.

Segundo ele, a idéia não é transformar algumas áreas em grandes monoculturas de eucalipto, mas fazer o plantio de eucalipto na quantidade necessária para o parque siderúrgico, com o envolvimento de pequenos produtores, agricultores familiares, assentados, que possam ter nessa atividade mais uma fonte de geração de renda.

"A idéia é a de que implantar eucalipto seja mais uma atividade do agricultor familiar com um produto que vai ter venda garantida, com recursos garantidos, com assistência técnica, com oferta de muda e com a compra do produto garantido no futuro", explicou. "Então, vai ter ali a possibilidade de atender a demanda ambiental, a do parque siderúrgico, que é econômica, a demanda social recuperando aquela área que foi muito degradada", falou.

O secretário enfatiza que a proposta não é a substituição da floresta pelo eucalipto. O plantio vai ser feito "em áreas degradadas onde a floresta já não existe e tratado com as condições ambientais adequadas e com todo cuidado social". "O eucalipto não é uma espécie danosa. O problema é quando uma espécie qualquer é utilizada de forma inadequada".

Capobianco informou a imagem negativa que se criou do eucalipto é conseqüência de projetos do passado. Ele lembrou que na década de 70, principalmente, com os incentivos fiscais do governo federal, houve um estímulo ao plantio do eucalipto em grande escala, sem planejamento e sem cuidados ambientais, o que levou à destruição de extensas áreas de Mata Atlântica e de Cerrado.

Segundo Capobianco, perdeu-se a biodiversidade e foram plantados eucaliptos em áreas muito extensas, o que é danoso. "Qualquer monocultura é danosa, seja de eucalipto, seja de uma espécie nativa. Se eu pegar, hoje, a Mata Atlântica, em qualquer região, elimina-lá e plantar peroba, por exemplo, que é uma espécie nativa, como monocultura, também terá todos os malefícios de um plantio homogêneo de eucalipto", explicou.

Capobianco esclareceu que isso acontece não pelo fato de ser uma árvore nativa ou exótica, mas por causa da forma como a cultura é implantada. "Não há, em princípio, nenhum problema em se ter o uso do eucalipto em determinadas regiões da Amazônia que já foram degradadas no passado. Ela pode, ao contrário, trazer benefícios ambientais e sociais".
(Radiobras, 11/03/06) Encontro discutirá problemas sociais e ambientas causados pela construção de barragens Entre os problemas causados pela construção de barragens estão a perda de biodiversidade e a falta de assistência para as famílias que são obrigadas a sair de suas terras, inundadas com a formação dos lagos.

A informação é de Gilberto Cervinski, membro da diretoria do Movimento dos Atingidos por Barragens. Segundo ele, esses dois problemas serão discutidos durante o 2° Encontro Nacional dos Atingidos por Barragens, que começa amanhã (13) em Curitiba e vai até sexta-feira (17).

Segundo Cervinski, quando uma barragem vai ser construída numa determinada região, a empresa promete indenizar a população e dar toda a assistência. Muitas dessas regiões inundadas são terras férteis onde vivem pequenos agricultores. "Essas famílias acabam tendo que sair sem receber seus direitos. A empresa constrói a barragem, o governo se omite e deixa isso sob responsabilidade da empresa, que as compensações para essas populações", afirma.

Os problemas ambientais também serão alvo de debates. Cervinski disse que o principal deles é a perda de biodiversidade. "Um exemplo concreto é a barragem de Barra Grande, no sul do Brasil, que cobriu 6 mil hectares de araucária e os estudos ambientais esconderam isso. Os estudos são fraudados em muitos casos porque interessa aos grandes grupos econômicos fazer a obra a qualquer custo", explicou.
(Radiobras, 12/03/06)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -