Estado pede investigação internacional no Horto da Aracruz
2006-03-13
O governador em exercício Antonio Hohlfeldt pedirá nesta semana o apoio da Polícia Federal nas investigações sobre a invasão do Horto Florestal Barba Negra, da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro. O objetivo é fazer com que a corporação acione a Interpol e consiga o levantamento dos antecedentes criminais das lideranças estrangeiras da Via Campesina, que estiveram no Estado para participar da II Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, encerrada na sexta-feira.
"Dependendo do que for apurado, poderemos fechar as fronteiras a essas lideranças. São pessoas não-gratas ao Estado", enfatizou ele.
A formalização do pedido de colaboração da PF deverá acontecer na segunda-feira. Hohlfeldt também solicitará que, nas investigações, seja examinada a possibilidade de ter havido espionagem. Os manifestantes também roubaram a memória dos computadores da Aracruz. "O ato foi um atestado de vandalismo e ignorância, mas com o grupo também havia gente agindo de má-fé. Não podemos descartar a possibilidade de empresas concorrentes da Aracruz estarem envolvidas", afirmou, destacando a importância da participação do Ministério Público Estadual nas investigações.
O ouvidor da Justiça e da Segurança, Jayme Eduardo Machado, elogiou no sábado a postura adotada pelo governo, que está buscando a punição dos responsáveis. "Não havia outro caminho a seguir." Em contrapartida, criticou a atuação dos órgãos de segurança. "Houve falhas na prevenção, já que não ocorreu uma identificação prévia dos planos da Via Campesina." Conforme ele, os invasores enganaram a Polícia, que deveria ter realizado o trabalho preventivo. Durante o final de semana, serão feitas diligências no Interior, segundo o diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado Pedro Carlos Rodrigues. Na manhã de sábado, houve interrogatórios em Pelotas.
(CP, 12/03/06)