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emissões de co2
2006-03-10
A companhia petrolífera norueguesa Statoil e a anglo-holandesa Shell apresentaram na quarta-feira (08/03) um projeto pioneiro no mundo para a exploração de dióxido de carbono (CO2) procedente das centrais térmicas com o objetivo de melhorar a extração de petróleo em jazidas do Mar do Norte. As petrolíferas assinaram um acordo de cooperação para desenvolver o projeto de uso do CO2, anunciaram as empresas.

O plano implica a "captura" de CO2 procedente das centrais térmicas para utilizá-lo na melhora da extração de petróleo, medida que recebeu apoio de diversos grupos de defesa do meio ambiente no país. Num primeiro momento, a central térmica de Tjeldbergodden, no centro da Noruega, fornecerá gás para as jazidas de Draugen e Heidrun no Mar del Norte. As companhias também planejam "eletrificar" as plataformas nessas jazidas, com energia procedente da central térmica de Tjeldbergodden, o que permitirá reduzir a quase zero as emissões de óxido de nitrogênio e CO2 das instalações petrolíferas.

Em uma apresentação, a Statoil esboçou duas espécies de condutores paralelos subterrâneos, de eletricidade e gás CO2, respectivamente, que se conectarão às jazidas, injetando gás às bolsas de petróleo. Isso permitirá extrair quantidades maiores e proporcionar energia elétrica às plataformas, sem a necessidade de usar combustíveis poluentes.

Um porta-voz da Shell explicou a EFE que "o dióxido de carbono ajuda a soltar o petróleo extraído das jazidas assim como age o sabão quando lavamos as mãos". A central térmica, com capacidade de 860 megawatts - 400 mil residências -, proporcionará energia necessária para o funcionamento das plataformas. Além disso, o plano, que, calcula-se produza um lucro superior a 1 bilhão de coroas (cerca de 125 milhões de euros), poderá prolongar a vida útil das plataformas.

Os elementos específicos do projeto serão introduzidos entre 2010 a 2012 e será necessário financiamento público e privado. As empresas explicaram que os planos coincidem com as ambições ambientais internacionais, estabelecidas no acordo de Kyoto. A Statoil e a Shell calculam poder armazenar aproximadamente entre 2 e 2,5 milhões de toneladas de C02 anualmente, o que equivale a 5% das emissões de CO2 norueguesas ou os escapes de um milhão de carros.

O presidente da Shell, Jeroen van der Veer, descreveu a iniciativa como "um marco na busca de combustíveis mais ecológicos com a captura de parte do dióxido de carbono e sua distribuição sob terra". "Nosso objetivo é estabelecer uma ampla associação para realizar esse projeto inovador", disse Helge Lund, presidente da Statoil, que acrescentou que o mesmo "responde aos desafios futuros da sociedade, o meio ambiente e a indústria".

"É um esboço para o futuro e os benefícios potenciais são muitos", disse Lund na conferência, acrescentando que o plano possibilita fornecer energia de forma estável e funcionar como experimento para resolver muitos dos desafios ambientais se houver êxito. A Shell foi a pioneira no uso do CO2 para melhorar a extração de petróleo nos anos 70 e a Statoil foi a primeira a armazenar C02 nas jazidas de Sleipner no Mar do Norte, Blancanieves no Mar de Barents e Inchalá na Argélia.
(EFE, 08/03/06)
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