Mosquitos geneticamente alterados mostram resistência à dengue
2006-03-08
Pesquisadores conseguiram criar com sucesso um mosquito geneticamente modificado que mostra um alto nível de resistência ao tipo mais comum do vírus da dengue - tipo 2, fornecendo uma arma poderosa contra a doença, que afeta 50 milhões de pessoas por ano. Os mosquitos que sobreviveram ao procedimento continuaram férteis e foram capazes de se reproduzir, um fator essencial para qualquer estratégia futura que pode envolver a substituição das populações de mosquito por aqueles geneticamente modificados.
"Esses resultados são muito animadores porque ele nos fornecem ferramentas genéticas que podemos usar para controlar doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue" disse Anthony James, biólogo da Universidade da Califórnia (EUA). "Nós temos trabalhado por algum tempo nos componentes individuais da criação de um mosquito geneticamente modificado que teria defesas contra a dengue, mas essa é a primeira que conseguimos juntar todas as peças para criar um modelo estável que também pode reproduzir".
A dengue é endêmica em mais de cem países na África, América, Leste do Mediterrâneo, Sudeste da Ásia e Oeste do Pacífico. O vírus é transmitido por mosquitos da espécie Aedes aegypti. A Organização Mundial de Saúde estima 50 milhões de casos de infecção por ano. Cerca de 20 mil pessoas morrem em decorrência da doença anualmente. De acordo com James, o próximo passo da pesquisa será explorar estratégias de substituição da população de mosquitos. Ele assinalou que nenhum mosquito geneticamente modificado será solto durante os estudos. Os resultados forem publicados nesta semana na edição online da Proceedings of the National Academy of Sciences.
(Estadão Online, 08/03/06)
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