Pandemia de gripe aviária poderia ser contida por ação rápida
2006-03-08
A reação rápida de especialistas de saúde pode impedir um surto de um novo, e mortal, vírus da gripe aviária em humanos caso ele se desenvolva a partir do H5N1, anunciou a Organização Mundial da Saúde, na quarta-feira (08/03). "Uma pandemia de gripe em humanos seria um grande problema, mas se trabalharmos juntos podemos responder eficientemente", disse a Dra. Margaret Chan, da OMS, em um comunicado emitido ao fim da reunião de especialistas sobre planos de contenção, que durou três dias.
Ao contrário da gripe comum as pandemias de gripe acontecem periodicamente. No século 20 houve epidemias em 1918, 1957 e 1968. Os 70 especialistas em saúde pública de todo o mundo discutiram planos para a rápida detecção de qualquer mudança que tornasse o vírus transmissível entre seres humanos. "Apesar da contenção de uma pandemia nunca ter sido tentada antes, evidencias sugerem que possa ser possível" afirma o comunicado.
O documento aponta que um primeiro surto do H5N1 foi contido em Hong Kong, em 1997, quando Chan, então diretora de saúde pública, ordenou a destruição de todas as aves no território. E citou ainda o surto de SARS, contido em 2003, para demonstrar que a ação global poderia impedir o aparecimento de uma nova doença infecciosa. Os planos, que ainda estão na fase inicial, também incluem medidas como o envio de agentes de saúde e medicamentos onde estes são necessários.
O esforço global para conter uma nova pandemia foram incentivados pela disponibilidade de drogas antivirais, que estão sendo estocadas pelos governos, além do desenvolvimento e melhoria de vacinas. Margaret Chan, que está liderando os esforços para a prevenção de gripe aviária em humanos, disse que os efeitos de contenção talvez apenas diminuam o espalhamento da doença.
O trabalho com vacinas está sendo bem desenvolvido, mas os especialistas dizem que somente será possível desenvolver uma versão mais eficiente depois que o vírus sofrer uma mutação que o torne capaz de iniciar uma pandemia. Em todo o mundo, cerca de 200 milhões de aves foram mortas pela doença ou sacrificadas para evitar a contaminação, segundo dados da Organização de Agricultura e Alimentos, da ONU, com base em Roma.
(AP, 08/03/06)
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