Incidente preocupa gigantes da celulose
2006-03-10
Episódios violentos como o orquestrado na madrugada da quarta-feira (08/03) no
viveiro da Aracruz podem prejudicar o Brasil numa disputa com o Uruguai por
investimentos florestais. A conclusão é de Otávio Pontes, vice-presidente da
Stora Enso para a América Latina, a gigante da celulose que planeja investir
entre US$ 900 milhões e US$ 1 bilhão numa fábrica na fronteira oeste do Estado.
Juntos, Brasil, Uruguai e Chile já formam o maior pólo de atração de
investimentos do setor.
– No Uruguai, a gente não vê movimentos sociais como o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem-Terra). Existem pressões contra biodiversidade, brigas
com a Argentina sobre o risco de poluição da água, porém, nada que chegue a
configurar um crime – avalia o executivo da Stora Enso, garantindo, no entando,
que o projeto da fábrica no Estado não corre riscos.
A Votorantim Celulose e Papel (VCP), que já tem florestas no Estado e deve
construir uma fábrica de celulose em 2009, com aporte de US$ 1,3 bilhão, divulgou
nota comentando o fato. “O incidente ocorrido ontem ainda não teve seu impacto
avaliado na totalidade. A VCP estranha que as autoridades não tenham percebido um
movimento dessas proporções, mas acredita na manutenção da lei e condutas
democráticas do Estado do Rio Grande do Sul e confia no rigor da apuração dos
fatos e ação da Justiça”, diz a nota.
(ZH, 10/03/06)