ONU adverte que 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água
2006-03-10
Cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso adequado à água potável, segundo o Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos no Mundo, divulgado na quinta-feira (09/03) no México. O relatório foi divulgado dias antes da realização do 4º Fórum Mundial da Água entre 16 e 22 de março na capital mexicana.
A ONU - Organização das Nações Unidas - adverte que a região da África subsaariana não conseguirá reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável salubre em 2015, uma das metas do milênio da organização. É também negativa a avaliação que faz sobre o cumprimento de outros objetivos estabelecidos pelas Nações Unidas para 2015, que pretende reduzir pela metade o número de habitantes do planeta que não têm instalações de saneamento básicas.
Segundo o relatório, resultado do trabalho conjunto de 24 órgãos e da ONU, cerca de 2,6 bilhões de pessoas dos países mais pobres do mundo carecem de instalações de saneamento básicas e mais da metade deles vive China e na Índia. O relatório apresenta um panorama detalhado da situação da água em todas as regiões, e na maioria dos países do mundo, e faz um acompanhamento dos progressos realizados para conseguir os objetivos de desenvolvimento do milênio.
No prefácio da publicação, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu que todos os países "trabalhem de perto e juntos para promover o respeito dos ecossistemas naturais dos quais dependemos, e garantir que todas as pessoas tenham acesso à água pura e aos benefícios que torna possível". Além disso, o diretor da Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Koichiro Matsuura, ressaltou no prólogo que o problema da água diz respeito ao "bem-estar básico do homem (comida, segurança e saúde)", questões de "desenvolvimento econômico (indústria e energia)", e "a preservação dos ecossistemas naturais".
O relatório culpa pelas carências atuais de água no mundo a gestão deficiente, a corrupção, a falta de instituições adequadas, a inércia burocrática, o déficit de novos investimentos na criação de capacidades humanas e a falta de infra-estruturas físicas. A má qualidade da água é uma das principais causas das pobres condições de vida e dos problemas de saúde no mundo, diz o estudo.
A ONU também alerta sobre o fato de que a qualidade da água está diminuindo em muitas regiões do mundo, e que se deterioram "rapidamente" a diversidade dos ecossistemas e as espécies vegetais e animais de água doce. Os pesquisadores concluíram que 90% dos desastres naturais são conseqüência de fenômenos que têm relação com a água, e que "seu número e freqüência estão aumentando".
Neste sentido, o estudo denuncia que dois em cada cinco habitantes do planeta vivem em áreas vulneráveis às inundações e à elevação do nível do mar, e precisa que entre os países que correm mais riscos estão Bangladesh, China, Filipinas, Índia, Paquistão, Países Baixos e Estados Unidos.
(EFE, 09/03/06)
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