Químicos apresentam avanços em combustível de hidrogênio
2006-03-09
Químicos da UCLA e da Universidade de Michigan deram mais um passo para produzir carros que funcionam com hidrogênio, e não gasolina. Pela primeira vez os pesquisadores conseguiram atingir (e até ultrapassar) os níveis de concentração de hidrogênio estimados pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos para tornar o combustível útil. A pesquisa chegou a 7,5%, quando as estimativas ficavam em 6,5%, mas em uma temperatura muito baixa (cerca de 197 ºC negativos).
O estudo, marcado para ser publicado no final deste mês no Journal of the American Chemical Society, poderia levar a um combustível de hidrogênio que funciona não apenas em carros, mas em laptops, celulares, câmeras digitais e outros aparelhos eletrônicos. "Nós temos uma classe de materiais nos quais podemos mudar os componentes praticamente à nossa vontade", disse Omar Yaghi, professor de química da UCLA, que conduziu a pesquisa com colegas da Universidade de Michigan. "Não há nenhuma outra classe de materiais em que alguém pode fazer isso. A descoberta que estamos reportando é que, usando um novo material, nós identificamos um caminho claro de como conseguir cerca de 70% do peso do material em hidrogênio".
Os materiais, que Yaghi inventou no começo da década de 90, são chamados de metal-organic frameworks (MOFs). Os MOFs, que foram descritos como esponjas de cristal, têm poros, aberturas em nanoescala em que Yaghi e seus colegas podem armazenar gases que são normalmente difíceis de armazenar e transportar. Eles podem ser altamente porosos para aumentar sua capacidade de armazenamento; um grama de um MOF tem uma área de superfície de um campo de futebol. O laboratório de Yaghi produziu mais de 500 MOFs, variando entre propriedades e estruturas. Agora que já conseguiram armazenar grandes quantidades de hidrogênio na pressão certa, os cientistas pretendem atingir o nível de concentração de 7,5% do gás em temperatura ambiente.
(Estadão, 07/03/06)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/mar/07/156.htm