Parlamento iraniano libera mais de US$ 200 mi para central nuclear
2006-03-09
O Parlamento iraniano autorizou na terça-feira (07/03) a utilização de mais de US$ 200 milhões dos rendimentos do petróleo para a conclusão da central nuclear de Bushehr, que está sendo construída pela Rússia. O governo poderá utilizar até US$ 212 milhões [1,94 bilhão de riales] do "fundo de estabilização petroleira", segundo a rede de TV pública, que não especificou como a verba poderá ser empregada.
O Irã espera que a central --que tem um custo avaliado em US$ 800 milhões-- esteja concluída antes do final deste ano.
O programa nuclear do Irã é questionado pelos países ocidentais, que suspeitam que Teerã deseja produzir armamento nuclear. O Irã nega as acusações, alegando que seu programa é pacífico.
Reunião
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) discute na quarta-feira (08/03) em reunião em Viena a questão nuclear iraniana. Segundo fontes diplomáticas, o tema deve ser abordado durante a quarta. Os 35 membros do Conselho de Governadores devem analisar o relatório do diretor-geral da AIEA, Mohamed El Baradei, e decidir se a questão iraniana será apresentada ao Conselho de Segurança das ONU. Na sexta-feira (03/03), o Irã anunciou que não aceitará a suspensão de suas atividades nucleares, mas que está disposto a suspender, por um prazo máximo de dois anos, seu programa de enriquecimento industrial de urânio.
Plano
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, apresentará na terça-feira um plano destinado a resolver a crise ao presidente dos EUA, George W. Bush, e à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. Segundo o plano, o Irã aceitaria transferir suas atividades de enriquecimento industrial de urânio para território russo e ratificar um protocolo adicional que prevê um controle severo de seu programa nuclear.
Os EUA se opõe a qualquer tipo de atividade e enriquecimento de urânio iraniana, mesmo que seja em pequena escala, mas a Rússia a aprova. "Não se pode permitir que o regime [iraniano] continue com o enriquecimento de urânio em nenhuma escala, porque a atividade permitiria dominar a que pode ser facilmente aplicada em um programa clandestino de fabricação de armas nucleares", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tom Casey.
(Folha Online, 07/03/06)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u93331.shtml