Inventor paranaense pretende expor um despoluidor de ar na COP8/MOP3
2006-03-09
Um aparelho adaptado ao escapamento de veículos automotores poderia ser uma solução, ou pelo menos um grande passo, para resolver os problemas relacionados ao efeito estufa e poluição, segundo o pesquisador Isac Gonçalves Ribeiro. Ele criou o “despoluidor de ar movido a vento”, um dispositivo capaz de diminuir consideravelmente o potencial poluidor dos veículos, fazendo o seqüestro do carbono liberado.
O aparelho chega a absorver 80% de gás e ruído. Com algumas implementações o aparelho se encontra em nova etapa, segundo o pesquisador, em que um mecanismo acoplado torna possível a sucção de partículas suspensas no ar. “Em torno de 10%, conforme a frente do veículo”, explica. O resíduo gerado, um produto colante e impermeabilizante, ainda pode ser reaproveitado juntamente com as sobras utilizadas na construção de placas de casas pré-fabricadas.
Ribeiro diz já ter feito diversas tentativas para que sejam realizados testes a fim de implantar o aparelho em grandes frotas, aumentando o benefício ao meio ambiente. Seriam necessárias pesquisas para efetiva comprovação das vantagens enumeradas. Segundo ele, uma negociação mais avançada foi realizada na URBS - o órgão de Transportes da Prefeitura de Curitiba -, mas acabou não sendo colocada em prática. Apesar da autorização para implantação em um ônibus da frota, experimentalmente, não foi efetivada a instalação de outro aparelho que realizaria a medição para comprovar a redução. Segundo o autor, o processo é dispendioso e, sem essa ferramenta, a comprovação seria prejudicada.
Isac aponta sua invenção como o “acessório ideal para ajudar a salvar o planeta do terrível destruidor: o Efeito Estufa”. Em seu site, o inventor destaca a importância do despoluidor para o meio ambiente: “tirar o lixo do ar e das cidades; não levar para os lixões ou aterros sanitários é conservar a qualidade da água nos lençóis freáticos; conservar a qualidade do ar da atmosfera sem aumentar o efeito estufa e a chuva ácida”.
“Conversa-se todos os dias mas nada se faz”, desabafa. “E, quando aparece alguma solução, nada é feito na prática. É hora do setor público entrar nessa questão”, diz Ribeiro.
O inventor enviou um apelo à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e à organização da COP-8 (8ª Conferência das Partes da Convenção de Biodiversidade) e MOP-3 (3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança), tanto local, em Curitiba, quanto na sede, no Canadá, para que seja viabilizada uma demostração do procedimento. “Preciso de apoio para mostrar na prática o funcionamento e, dessa maneira, ainda abrir as portas para os inventores brasileiros”.
“Infelizmente ainda não tive resposta”, diz o inventor. Já foram confirmados 240 eventos paralelos devidamente registrados pela organização da convenção. A lista desses eventos está disponível no site da organização geral.
Por se tratar de um evento de tão grandes proporções e importância o credenciamento foi realizado com antecedência, sendo que o prazo já expirou, de forma que os temas dos eventos até já estão disponíveis para consulta na lista citada. Para o registro oficial na Convenção, os interessados deveriam ter seguido as instruções, segundo a assessoria de imprensa, mas nada impede que seja realizada uma demonstração paralela, sem vínculos diretos.
Serão realizadas demonstrações e eventos que demandem esse tipo de estrutura, de acordo com a assessoria de imprensa. A ONG WWF, por exemplo, pediu autorização para a Exposição Itinerante Água para a Vida, Água para Todos, montada a partir de uma carreta e uma tenda. E deve ser instalada durante a Convenção.
Isac diz que os investidores brasileiros deveriam se apressar para não ter que importar sua própria tecnologia, já que, segundo ele, há alguns contatos seus, da Europa, que manifestaram interesse pelo invento, já com patente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.
(AmbienteBrasil, 07/03/06)