O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse nesta quarta-feira que prefere a energia hidrelétrica à nuclear como opção para o Brasil. "Mais segura (hoje) não me parece", afirmou o ministro sobre a produção de energia nuclear.

"A energia vinda de fontes hídricas é ambientalmente muito mais equilibrada do que qualquer outra fonte de energia", disse Palocci, que ressaltou estar falando "como cidadão". "O ministro da Fazenda não entende dessas coisas, o cidadão pode dar uma opinião."

A expansão da produção de energia nuclear no Brasil foi defendida pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, em entrevista à BBC Brasil.

Segundo Rezende, o governo tem um plano que prevê a construção de até sete usinas nucleares, sendo duas delas no Nordeste. Ele disse esperar que o plano seja aprovado "em todas as instâncias até o fim do primeiro semestre deste ano".

Mas Palocci negou que haja um plano fechado dentro do governo a respeito dessa opção. "Nós vamos ter que equilibrar, dentro do orçamento público, o que deve ser energia hidrelétrica e o que deve ser energia nuclear. Não há um plano absolutamente fechado sobre isso."

O ministro da Fazenda disse não ter participado de nenhuma discussão sobre a expansão da energia nuclear no Brasil até o momento. Mas, na sua opinião, o Brasil deveria manter como prioridade a produção de energia a partir de fontes hídricas.

"No caso do Brasil, (a energia hidrelétrica) tem sido historicamente uma opção ambientalmente equilibrada e barata. O Brasil na área de energia é exemplo para o mundo", afirmou.

"Não estou dizendo que não devemos fazer investimento nuclear. Mas não vamos abandonar coisas que fazemos há muito tempo com grande vantagem comparativa para o Brasil."
(BBC Brasil, 08/03/06)