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cvrd thyssen-krupp Cia Siderúrgica do Atlântico
2006-03-09
A Companhia Vale do Rio Doce tem pronto um megaprojeto minero-siderúrgico e portuário para instalação no município de Anchieta (sul do Espírito Santo), cerca de 100 km abaixo de Vitória. A médio e longo prazos, os investimentos podem atingir a cifra de US$ 10 bilhões, segundo estimativas de fontes do setor.

O Valor teve acesso à planta do empreendimento. O estudo inclui uma usina siderúrgica, com capacidade estimada entre 4 milhões e 4,5 milhões de toneladas de aço ao ano, oito usinas de pelotização de minério de ferro, uma usina termelétrica e ampliação do porto de Ubu (distrito de Anchieta) para receber navios com capacidade de transportar até 380 mil toneladas. O desenho da obra reproduz no sul do Espírito Santo o complexo industrial-portuário de Tubarão, em Vitória.

A Vale admitiu, por meio da sua assessoria de imprensa, a existência do projeto, mas ressalvou que ele "pode ser uma das alternativas para promover o desenvolvimento siderúrgico no Brasil" e acrescentou que "não há nada decidido". Isso significa que o assunto ainda vai passar pelo crivo do Conselho de Administração da mineradora. A empresa estaria preocupada em evitar que ocorra com o novo projeto capixaba o que ocorreu no Maranhão, onde outro megaprojeto siderúrgico foi anunciado e acabou, até agora, não se concretizando, em grande parte devido a divergências com o governo do Estado.

Segundo o Valor apurou, o novo projeto já foi apresentado ao governador capixaba, Paulo Hartung (PMDB), e conta com seu apoio. O recente anúncio da construção da variante litorânea sul da Ferrovia Centro Atlântica (controlada pela Vale) já estaria vinculado à infra-estrutura necessária ao projeto. O prefeito de Anchieta, Edval Petri (PSDB), disse que tomou conhecimento dos planos da Vale por intermédio do governador e acrescentou que já está trabalhando para evitar que esse e outros projetos programados para a região tragam impactos sócio-ambientais negativos.

A Vale, cujo objetivo nos projetos siderúrgicos é o de ficar como sócia minoritária e fornecedora de minério, está buscando parceiros para o novo empreendimento capixaba. Segundo informações do setor, as conversações mais adiantadas são com a japonesa Nippon Steel e com a brasileira Usiminas, da qual a Nippon é a maior acionista controladora (18,4% do capital votante). A parceria poderia abrir espaço para um novo período de expansão da Nippon, hoje relegada ao terceiro lugar entre as siderúrgicas mundiais, atrás da indiana Mittal Steel e da européia Arcelor. A Mittal, em janeiro, fez uma proposta de se juntar com a Arcelor, criando uma nova gigante do setor.

Somente a usina siderúrgica de Anchieta, se ficar no estágio da produção de placas (semi-acabados), representaria investimentos de aproximadamente US$ 2 bilhões, tomando por base o investimento de porte semelhante que será feito pela alemã ThyssenKrupp no Rio de Janeiro (também em parceria com a Vale). A Vale ficaria somente com 20% do capital da nova fábrica capixaba. Uma usina de pelotização, com porte em torno de cinco milhões de toneladas, costuma demandar investimentos na casa de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões.

Além disso, o projeto prevê uma termelétrica, cujo custo é avaliado entre US$ 300 e US$ 500 milhões, e a ampliação do porto, com a construção de silos para produtos agrícolas e de terminal de contêineres para diversificar as cargas. Está prevista também a criação de um cinturão de fornecedores de bens e serviços.

Esse pólo não teria problemas de suprimento de minério de ferro: a Vale vem ampliando suas minas e abrindo novas, como a enorme Brucutu (de 30 milhões de toneladas) em Minas Gerais. Para escoar o minério, dispõe das ferrovias Vitória a Minas e FCA.

O atual porto de Ubu pertence à Samarco, empresa controlada pela Vale e pela australiana BHP Billiton (50% cada uma). Hoje, o terminal está apto a movimentar por ano 20 milhões de toneladas de pelotas e minério e pode receber navios de até 180 mil toneladas de porte bruto de capacidade. Pelo novo projeto, ficaria apto a receber navios de até 380 mil toneladas.

De acordo com especialistas no setor, o projeto faz todo sentido para alimentar a vocação portuária e siderúrgica do Espírito Santo, uma espécie de portal marítimo para a produção mineral de Minas Gerais. Com a recente decisão da Vale de construir a oitava usina de pelotas no complexo de Tubarão, praticamente fechou o ciclo de expansão naquela área.

O desenho do complexo de Tubarão é muito parecido com o pretendido para Anchieta: uma siderúrgica (Cia. Siderúrgica de Tubarão-CST, que pertence à Arcelor), oito pelotizadoras (a maioria em joint ventures com seus clientes externos), e complexo portuário (Tubarão e Praia Mole).

A Samarco, que está construindo sua terceira usina de pelotização, é hoje a principal fonte de receita tributária do município de Anchieta, segundo o prefeito Petri. Além do projeto em estudo pela Vale e da expansão da Samarco, o município tem a perspectiva de sediar as instalações da Petrobras no Espírito Santo. Segundo o prefeito, um estudo anterior ao projeto da Vale indicou que a população do município pode passar dos atuais 22 mil para 90 mil habitantes em 10 anos.

Com belas praias, a cidade é um dos mais procurados balneários do sul do Espírito Santo. "Nossa preocupação é organizar a cidade. Estamos elegendo o turismo como vocação principal para que ele não seja sufocado pelos projetos e acreditamos que iremos conseguir evitar muitos impactos negativos", disse Petri, que garantiu ter ido quatro vezes a Macaé, centro da produção de petróleo do Rio de Janeiro, para estudar as falhas ali cometidas. A idéia é tentar evitar que elas sejam repetidas em Anchieta.
(Valor Online, 08/03/06)

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