O médico sanitarista Uriel Zaron, doutor em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Minas Gerais, afirma que não existe diferença entre o lixo doméstico e o lixo produzido pelos estabelecimentos de saúde. Para defender essa tese, ele proferiu ontem, no auditório do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará (UFPA), a palestra Lixo hospitalar - risco infeccioso ou terrorismo sanitário?, promovida pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Pará ( Sindesspa) e pela Associação dos Hospitais e Casa de Saúde do Estado do Pará. -Tudo que se encontra no lixo da casa se encontra no lixo produzido nos hospitais, só que por trás do preconceito criado há grupos que levam vantagem econômica criando o terrorismo sanitário, diz Uriel Zanon, ressaltando que sangue, plástico e objetos cortantes não são exclusividade do lixo proveniente dos hospitais, já que no lixo doméstico o sangue é encontrado nas sobras de carne de cozinha, nos absorventes femininos ou nas lâminas de barbear. Uriel Zanon afirma ainda que não existe registros na literatura médica de doenças causadas pelo lixo. Segundo ele, o que pode causar doenças é a contaminação da água e do solo pelos metais pesados, que podem ser encontrados em qualquer lixo. (O Liberal-24/9)