Estudo encontra pesticidas em rios dos Estados Unidos
2006-03-07
Pesticidas ligados ao câncer, defeitos de nascença e problemas neurológicos contaminam as águas de quase todos os rios dos Estados Unidos e a maioria dos peixes de água doce, mas raramente em concentrações passíveis de afetar as pessoas, disseram cientistas do governo na sexta-feira (03/03). Apesar de os pesticidas serem menos comuns em fontes de água subterrânea, o estudo da Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) que junta dados entre 1922 e 2001, encontrou as substâncias em rios de áreas urbanas e rurais em concentrações que podem afetar a vida aquática.
Robert Hirsch, diretor associado de água da USGS, disse que "enquanto os pesticidas resultaram em um grande número de benefícios para controlar ervas daninhas, insetos, e outras pestes, incluindo um aumento na produção de alimentos e uma redução de doenças causadas por insetos, seu uso também levanta questões sobre os possíveis efeitos no meio ambiente, incluindo a qualidade da água".
Pelo menos um pesticida foi encontrado nas águas de todos os rios estudados. Componentes de pesticidas foram encontrados em quase todas as épocas do ano em cerca de 19 de cada 20 cursos d´água que passam por divisores de água de uso urbano, rural ou ambos.
O relatório da USGS foi baseado na análise de dados de 51 maiores bacias hidrográficas ou sistemas aqüíferos, e um estudo com um sistema aqüífero que corre em oito Estados do país. Descobriu-se que as concentrações de pesticidas individuais quase sempre obedecem aos padrões de água potável da Agência de Proteção Ambiental, apesar de nenhuma amostra ter vindo de pontos de coleta de água para consumo.
Mas apenas detectar a presença de pesticidas nem sempre significa que há motivos para se preocupar, disse Jay Vroom, presidente da CropLife America, que representa os desenvolvedores e fabricantes de pesticidas. Ele enfatizou que o uso dos produtos por fazendeiros e outros é estreitamente regulado por leis estaduais e federais.
(AP, 03/03/06)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/mar/03/216.htm