Árvores arrancadas em Teerã para esconder presença de urânio
2006-03-07
Milhares de árvores foram cortadas para suprimir as marcas de urânio enriquecido em um parque de Teerã, segundo edição da segunda-feira (06/03) do jornal The Daily Telegraph, citando "serviços ocidentais de informação". "Mais de sete mil árvores que podiam conter indícios nucleares acusadores" desapareceram de um parque "próximo do centro de pesquisas atômicas de Lavizan", destacou o jornal conservador, no mesmo dia em que um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve ser publicado em Viena.
Em 29 de janeiro, fontes diplomáticas informaram à AFP que algumas instalações do antigo complexo militar de Lavizan foram inspecionadas por especialistas da AIEA, que buscavam indícios de urânio. Os edifícios da instalação desapareceram e o solo foi aplainado depois de seu fechamento, em 2004, um ano depois de sua existência ser revelada por iranianos exilados. Segundo o The Daily Telegraph, "o local foi arado e seis pés de solo foram eliminados".
O jornal citou "um alto funcionário ocidental", segundo o qual "a destruição das árvores é um novo exemplo das medidas que os iranianos estão dispostos a adotar para dissimular a verdadeira natureza do programa nuclear". O Conselho de Governadores da AIEA se reúne na segunda-feira (06/03) em Viena para estudar um relatório de seu presidente, Mohamed ElBaradei, que deverá sustentar que o Irã não obedece às determinações da comunidade internacional para cessar suas atividades de enriquecimento de urânio e se nega a se submeter às inspeções da agência.
Os Estados Unidos têm a intenção de submeter o expediente ao Conselho de Segurança da ONU. Em sua edição deste domingo, a revista americana Time destacou que Washington apresentará ao Conselho de Segurança as provas de um projeto de bomba nuclear iraniano, procedentes de um computador portátil roubado.
(AFP, 06/03/06)
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