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2006-03-07
Banco da Amazônia e a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) lançam hoje (7), na sede do banco, em Belém, estudo que expõe uma metodologia a partir da qual esperam chegar às principais ações que garantam o desenvolvimento da região. Intitulado “Indicadores do desenvolvimento da Amazônia”, a pesquisa vai sugerir políticas que devem ser consideradas para garantir o progresso regional. O objetivo dos órgãos é colaborar com um instrumento de referência para o planejamento local, reunindo dados e informações que permitam avaliar o impacto das políticas públicas na Amazônia.

Segundo o doutor em Ciências do Desenvolvimento Sócioambiental Adagenor Lobato Ribeiro, que faz a apresentação do estudo, o trabalho expressa a necessidade de olhar os avanços da região em diferentes perspectivas. As metas do desenvolvimento do milênio, segundo ele, são um importante parâmetro a ser considerado em uma avaliação da região como um todo. O documento, em sua análise, baseia-se em documentos da Oragnização das Nações Unidas (ONU) e Banco Mundial (Bird).

Quatro fatores foram levados em conta na hora de elaboração do estudo: indicadores que apontam os progressos da Amazônia Legal com ênfase nas metas de desenvolvimento do milênio em escala municipal; indicadores que apontam os avanços na região, em escala municipal, nas dimensões social, ambiental, econômica e institucional; indicadores que apontem os resultados obtidos pelos diferentes programas e ações de desenvolvimento levados a cabo pela ADA; e indicadores que apontem os resultados obtidos pelos programas e ações do Banco da Amazônia.

“O desenvolvimento regional, nos dias de hoje, para ser realístico, precisa incorporar preocupações com o fenômeno da globalização. As metas do desenvolvimento do milênio apontam para questões fundamentais relacionadas a pobreza, e, portanto, devem ser observadas, já que nenhum desenvolvimento é real se o ser humano for excluído”, diz a justificativa do projeto, segundo o qual os indicadores padrões para o desenvolvimento como os que foram elaborados pela ONU e pelo Bird representam o que de mais moderno existe em termos de concepção de metas de ampla aceitação para mensurar o desenvolvimento mundial.

O documento lembra que a ADA e o Banco da Amazônia são instituições governamentais que executam muitos aspectos da política pública para o desenvolvimento regional. As metas listadas no documento devem ser aplicadas, aponta o estudo, no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins - Estados que fazem parte da Amazônia Legal e abrangidos pelos órgãos. São 805 municípios no total, dos quais apenas 750 fazem parte da Amazônia Legal.

“O desafio de tornar o projeto Indicadores do desenvolvimento da Amazônia um produto concreto, elaborado, testado e disseminado é muito grande. Implica num grande esforço de se estabelecer parcerias institucionais, reunir diferentes especialistas, coletar dados, classificá-los e processá-los, para obter os indicadores”, diz Adagenor Lobato, lembrando que o trabalho, quando concluído, poderá ser “um verdadeiro legado de informações úteis ao desenvolvimento”, num modelo que busque a Justiça Social, crescimento econômico, prudência ecológica e instituições fortes e coesas.

Ação inclui a criação de rede de pesquisadores para trabalho em equipe
O projeto propõe ações para a construção do conjunto de indicadores de desenvolvimento da Amazônia. As ações estratégicas seriam referentes às políticas adotadas para a organização do projeto; as ações táticas referem-se às normas da organização e descrevem as regras a serem adotadas; finalmente, as ações operacionais prevêem como serão implementadas as regras.

Dentro das ações estratégicas, estão previstos tópicos como parcerias para a construção dos indicadores de desenvolvimento e a troca de experiências com agências nacionais e internacionais. Também estão previstas como ações necessárias ao estudo a realização de cursos para a formação de especialistas em indicadores de desenvolvimento e a apresentação de seminários preparatórios para a elaboração dos indicadores. Estudos interpretativos dos indicadores já disponíveis também serão feitos.

As ações táticas prevêem a identificação de provedores de informação e dados da Amazônia na região, a montagem de um acervo das informações e dados coletados, a definição de classes de informação e a documentação de dados. Definir a estrutura física e lógica do projeto, elaborá-lo e implementar o banco de informações pertinentes ao desenvolvimento da Amazônia, produzindo tabelas de indicadores em formato padrão internacional por dimensão nos municípios são algumas as ações operacionais previstas.

O projeto de construção dos indicadores envolverá uma rede social de atores, geograficamente distribuídos em toda a Amazônia Legal, que estarão conectados por um software chamado “Site skape”, de propriedade da ADA. A Rede de Indicadores do Desenvolvimento da Amazônia (Ridam), que vai empreender o trabalho, usará o software, uma ferramenta projetada especificamente para o desenvolvimento de trabalhos em equipes, na forma de colaboração on-line. O programa possibilita que os diversos parceiros distribuídos pelos nove Estados da Amazônia Legal depositem dados e informações (textos, planilhas, gráficos etc.) num espaço comum.

Depois de concluído, o estudo será publicado em diversos formatos (impresso, CD-Rom, DVD-Rom e website) e distribuído para toda a região, principalmente organismos de planejamento regional, universidades, governos estaduais e municipais e organizações não-governamentais (ONGs). Devem atuar como parceiros na elaboração do estudo os seguintes órgãos: Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Base de Dados Compartilhada da Amazônia, Instituto de Pesquisa da Amazônia, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) da Universidade Federal do Pará (UFPA), Banco do Brasil (BB), Banco do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Caixa Econômica Federal (CEF) e os ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional.
(O Liberal –PA, 06/03/06)

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