Até o final desta semana, técnicos da Defesa Civil deverão vistoriar a barragem Santa Bárbara, em Pelotas, para elaborar o relatório dos danos causados pela seca e que embasaram a decretação de situação de emergência no município. O decreto, que estabelece uma série de restrições ao uso da água tratada, foi publicado no sábado (04/03).

Ontem, a Santa Bárbara estava 2,04 metros abaixo do nível normal. Há um ano, quando a prefeitura tomou medida semelhante, o reservatório estava 1,75 metro abaixo do normal. Pelotas foi a sexta cidade do Sul do Estado a decretar situação de emergência em conseqüência da estiagem. As outras foram Candiota, Canguçu, Cerrito, Pinheiro Machado e Santana da Boa Vista.

Além de conscientizar a população para evitar o desperdício, a situação de emergência ainda permite ao município acessar recursos federais previstos para obras emergenciais. É o caso da adução de água do canal São Gonçalo. "Temos a promessa do Ministério da Integração de liberação de R$ 1,6 milhão para realizar a obra em caráter emergencial", revelou Gilberto Cunha, presidente do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep). O projeto da Sanep prevê a adução através de tubulações mais baratas e a construção de um canal aberto que interligará o São Gonçalo e a barragem Santa Bárbara.

O decreto publicado no fim de semana prevê multa de R$ 200,00 para quem desperdiçar água. A partir dele, o uso de água potável fica proibido para lavagem de veículos com o uso continuado, lavagem de fachadas de prédios e calçadas, irrigação de gramados e jardins e troca de água de piscinas.

A exemplo do que ocorreu em 2005, o uso de água para lavar carros e motos fica permitido de terça a sexta-feira, das 10h às 12h. Além da multa, o decreto prevê ainda a interrupção do fornecimento de água para os reincidentes.
(CP, 07/03/06)