O governo anunciou sexta-feira (3) o Plano Nacional de Recursos Hídricos, programa que traça as diretrizes estratégicas para o uso da água no País até 2020. O plano abrange as mais diversas aplicações desse recurso, como na indústria, agricultura, saneamento e geração de energia elétrica. "Com isso, somos o primeiro país da América Latina a cumprir a determinação das Nações Unidades (ONU) de ter um plano para as águas", disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante o lançamento do programa, realizado no Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o plano "vai orientar a gestão das águas nacionais e, ao mesmo tempo, fortalecer nossa caminhada rumo ao cumprimento de um dos Objetivos do Milênio". A meta da ONU à qual o presidente Lula se referiu é a de reduzir pela metade, até 2015, a população sem acesso à água potável e saneamento básico.

Em seu discurso, durante o lançamento do plano, Lula ressaltou que, nos últimos três anos, o governo federal destinou R$ 7 bilhões ao setor de saneamento. Segundo ele, essa é uma área que foi "gravemente negligenciada nos anos 90". Neste ano de 2006, disse o presidente, deverão ser destinados mais R$ 3 bilhões para o setor.

O plano prevê a implementação de programas pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com entidades públicas e privadas ligadas ao setor hídrico. A proposta inicial é que esses programas sejam revisados e atualizados a cada quatro anos.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos foi elaborado ao longo dos últimos dois anos e meio. Além do governo federal, participaram da formulação do documento representantes dos Estados, dos municípios e da sociedade civil.

"Se outros países não fizeram (plano semelhante), é porque se trata de algo muito complexo, e nós deveríamos estar celebrando", disse a ministra Marina Silva.
(O Estado de S. Paulo, 04/03/06)