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2006-03-06
Há um dito popular, usualmente aplicado em âmbito financeiro, que cabe à perfeição também nas questões ambientais: “de onde muito se tira e nada se põe um dia acaba”. Com cada vez mais freqüência, estudos científicos vêm comprovar que a ação humana, quando predatória e irracional, coloca sob ameaça várias espécies da flora e da fauna.

Recentemente, mais um desses estudos veio à luz. A mestranda Izabel Côrrea Boock Garcia, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS - é autora do trabalho “Influência da Pesca Seletiva sobre o Comprimento Médio de Maturação em Populações de Dourado (Salminus brasiliensis), Piraputanga (Brycon hilarii) e Curimbatá (Prochilodus lineatus) no Rio Miranda, MS”.

O estudo, cujos dados começaram a ser coletados no final de 2004, aponta para a diminuição dos estoques pesqueiros na bacia do rio Miranda. “Isso pode ser reflexo tanto da sobrepesca quanto de alterações ambientais naturais (períodos de seca) ou antrópicas”, diz a pesquisadora.

O mais surpreendente, porém, foi que seu trabalho revelou uma diminuição do tamanho à maturação para o Curimbatá e para o Dourado, como conseqüência da pesca seletiva, exercida naturalmente pelos pescadores e amparada por legislação que determina tamanho mínimo de captura para estas e outras espécies no Pantanal.

Comparando dados das décadas de 70 a 90 e de 2000 a 2005, Izabel constatou que o Dourado se reproduz atualmente com tamanho 40% menor - de 58,8 cm baixou para 34,7 cm, em média. Já o Curimbatá teve perda de 18,5%, passando de 31,9 cm para 26 cm.

Como causa desse fenômeno, a pesquisadora aponta a remoção seletiva de indivíduos maiores, pela pesca, ao longo de várias gerações. “Isso provocou o aumento na proporção de indivíduos das populações de S. brasiliensis e P. lineatus que alcançam a idade reprodutiva com menor tamanho corpóreo”, diz.

Mas por que esse fenômeno seria uma ameaça a ambas as espécies? “A perda dos indivíduos maiores de uma determinada população pode acarretar perda dos genótipos para crescimento rápido, que passam mais rapidamente pelo período de vulnerabilidade e o truncamento da estrutura de tamanhos e idades, diminuindo, assim, a biomassa reprodutiva”, diz Izabel. “Além disso, exemplares maiores podem ter melhores contribuições reprodutivas do que peixes menores”.

Uma variedade de estudos indica que o tamanho dos ovos e larvas e sua viabilidade aumentam com o tamanho e idade da fêmea. Segundo a pesquisadora, no nível populacional, a longevidade oferece um efeito de estocagem similar ao do banco de semente de plantas, de tal modo que a sobrevivência prolongada dos adultos garante a reposição populacional quando as condições favoráveis de recrutamento estiverem presentes.

Sua sugestão para resolver – ou minorar – o problema seria, como medida de regulamentação da pesca, a adoção de limites mínimo e máximo de captura para as espécies exploradas tanto pela pesca comercial quanto esportiva no pantanal, de forma a manter uma maior estrutura de tamanhos e idades dos peixes na bacia. “Esta seria uma medida adicional àquelas já implementadas para garantir a conservação dos estoques pesqueiros, levando em conta a manutenção da variabilidade genética das populações exploradas e os benefícios proporcionados pelos grandes exemplares, não somente a sua população como ao ecossistema”.
(AmbienteBrasil, 03/03/06)

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