Permacultura é alternativa de aproveitamento sustentável do meio ambiente
2006-03-06
Consuma sem consumir o mundo em que vive. O slogan do Movimento Cuide pelo
consumo consciente, do Instituto Akatu, pode ser usado também para sintetizar o
conceito da permacultura, uma alternativa à agricultura tradicional.
Conceituada na década de 70 pelo professor universitário australiano Bill
Mollison, com ajuda de David Holmgren, a permacultura parte do princípio de que
toda ação do homem sobre a natureza deve estar plenamente integrada às
necessidades e capacidades do meio ambiente. Isto é, produzir respeitando as
particularidades ambientais e socioculturais do local.
O termo permacultura é conhecido também como agricultura permanente e foi pensada
inicialmente para ser implantada em uma região específica da Austrália, onde a
degradação ambiental já se encontrava em estágio avançado, principalmente por
causa de um modelo de agricultura tradicional baseado na monocultura extensiva -
de grande impacto ambiental.
Dessa forma, uma outra proposta, que consistiu na policultura de plantas com
características de clima e solo compatíveis com a região, passou a ser utilizada.
A máxima da permacultura é aproveitar tudo aquilo que o próprio meio pode
oferecer, assim, mesmo em regiões pouco favoráveis é possível construir um
sistema agrário sustentável.
No Rio de Janeiro, por exemplo, existe um projeto de permacultura desenvolvido
pelo biólogo e consultor em permacultura Rudi Moreno, no bairro de Santa Teresa.
O terreno, que outrora serviu de lixão para os moradores de prédios e favelas da
região, foi completamente transformado e integrado à vida das pessoas do bairro.
Uma horta nasceu e gera, ainda que de forma tímida, alimentos para as pessoas
envolvidas no projeto e plantas medicinais para o posto de saúde do bairro. O
entulho ainda permanece no terreno, mas não atrapalha o crescimento das plantas,
porque todo sistema agrícola implantado foi pensado especialmente para aquela
região.
Um modelo de permacultura ideal seria um lugar onde tudo que é produzido pode ser
reciclado ou reutilizado por meio de uma conexão funcional entre as partes
envolvidas, um sistema montado que pudesse se autosuprir.
Esse padrão de perfeição é difícil de alcançar, mas, segundo os princípios da
permacultura, desde que sejam respeitadas as peculiaridades de cada região e uma
lógica determinada pela própria natureza, é possível, no mínimo, diminuir um
pouco os impactos ambientais causados pelo consumo com algumas pequenas medidas
alternativas. Tudo é uma questão de conseguir enxergar as possibilidades.
Rudi Moreno ilustra um pouco o que isso pode significar na vida cotidiana:
“Permacultura em zona rural é uma coisa, você pode construir sua casa de forma
ecologicamente correta, cultivar alimentos orgânicos em sistemas agroflorestais.
Na zona urbana é diferente, mas não significa que não se possa ter a permacultura
como norte. Cultivar alimentos em casa ou no apartamento, mesmo que sejam só
temperos, separar o lixo, fazer compostagem com o lixo orgânico, mobilizar seu
bairro ou condomínio para adotar medidas ecologicamente corretas e assim
contribuir também para mudança de valores”.
(Instituto Akatu, 28/02/06)
Links sobre permacultura
www.ipemabrasil.org.br - Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica
www.permacultura.org.br - Rede Brasileira de Permacultura
www.permacultura-bahia.org.br - Instituto de Permacultura da Bahia
www.holmgren.com.au - Holgrem Design services
www.permear.org.br - Rede de Permacultores
www.urbanpermacultureguild.org - Urban Permaculture Guild
www.tibarose.com - Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura