Catadores dão exemplo de educação ambiental
2006-03-02
Uma parceria entre catadores de lixo e a prefeitura de Capão da Canoa dá uma lição de consciência ambiental ao fazer o tratamento da biodegradação do chorume (líquido que sai do lixo orgânico), transformando-o em água própria para a irrigação do horto municipal. A iniciativa acontece no aterro sanitário da cidade, localizado em Capão Novo, e é desenvolvida por cerca de 30 catadores da Associação dos Agentes Econômicos e Ecológicos do município.
O processo foi idealizado pela bióloga Marisa Freitas, que atua no aterro desde 1996. Ele é feito em cinco etapas. Inicialmente, o chorume é colocado em caixas fixadas no entorno do aterro e enviado para mistura numa caixa de equalização. O tratamento inicia na próxima fase, onde microorganismos fazem a degradação da matéria orgânica. O tratamento final acontece através das taboas (vegetação de banhado), que absorvem o resto da matéria orgânica e deixam a água limpa para usar nos alimentos. Segundo a bióloga, todo o processo dura cerca de 40 dias.
Além de retirarem do aterro o sustento familiar, os catadores contribuem para a preservação do meio ambiente de maneira responsável. "Com isso, eles fazem com que o aterro dure mais e também cuidam da natureza", afirmou Marisa Freitas.
No espaço onde funciona o aterro sanitário e o tratamento do chorume também existe uma reserva de mata nativa para a arborização do município, como a acácia da praia, usada para a fixação de dunas.
(CP, 02/03/06)