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2006-03-02
Durante décadas, o eucalipto foi visto apenas como madeira para lenha ou para escoramento na construção civil. Para sorte da mata nativa, esse preconceito foi quebrado. Primeiro foi a indústria moveleira; agora é a metalurgia que descobre a qualidade e a economia que o eucalipto representa, sendo utilizado como cabo para ferramentas agrícolas.

A Tramontina Multi Ferramentas passou a testar o eucalipto, buscando redução de custos e qualidade nos cabos. A madeira que vinha do Norte do país tinha custo maior pelo transporte de 4.000 quilômetros; agora chega à fábrica de um raio de 200 quilômetros.

O engenheiro mecânico Nestor Giordani, diretor da Multi Ferramentas, informa que "há dois anos e meio mudamos a madeira para cabo de ferramentas, que era proveniente de Belém do Pára, madeira da Floresta Amazônica, era pesada e tinha um custo bem maior. Começamos a fazer testes com o eucalipto e hoje só usamos eucalipto".

Além do fator econômico, outros aspectos levaram a empresa a buscar alternativas, salienta Giordani: "Foi uma mudança em função do preço, do peso e da qualidade da madeira". O também engenheiro mecânico, supervisor de produção da Multi Ferramentas, Odair Borsoi, disse que a espécie grandis, utilizada no começo, deu lugar a outras variedades.

"Começamos usando a gran-dis", explica Odair, "mas hoje estamos trabalhando com a espécie saligna [também conhecida por cerejeira], que dá um cabo de boa resistência. A grandis é bastante leve, mas não muito resistente para o nosso tipo de produto. Para alguns itens, a gente usa o eucalipto citriodora".

O cabo de uma enxada, foice ou picareta deve ser resistente e leve. "O saligna não é pesado e tem boa resistência", disse Giordani.

Para fornecer eucalipto à indústria moveleira ou metalúrgica, o agricultor deve observar alguns cuidados, começando pela escolha da muda, passando pelo desenvolvimento da planta. Quanto menos galhos melhor, já que cada galho representa um nó na madeira.

"O plantio não pode ser como se faz hoje, deve-se trabalhar com fileiras e com o espaçamento maior, tirando os galhos, conduzindo a árvore. As plantas que apresentarem defeitos, que forem tortas, devem ser eliminadas", alerta Borsoi.

O valor comercial da madeira é imenso, mas uma floresta plantada nos moldes tradicionais, sem espaçamento e sem a condução das árvores, vale pouco, ressalta Giordani: "Se quiser uma madeira para obter um valor mais alto, tem que plantar conforme os padrões. Se plantar da maneira tradicional, terá um valor comercial inferior, vai vender para lenha, recebendo entre quinze e trinta reais ao metro cúbico, enquanto nós pagamos até trezentos e cinqüenta reais, claro que a madeira já serrada no nosso padrão".

A Multi Ferramentas compra o taco retangular, de várias empresas da região que, por sua vez, conhecem as exigências da empresa e compram a madeira em pé dos agricultores.

Segundo Giordani, hoje a madeira adquirida vem de empresas de Barão, Salvador do Sul, Pinto Bandeira, Bom Princípio, Butiá, Santa Bárbara e São Valentim do Sul. O mercado é promissor, revela ele: "Quem quiser fornecer tem que vir aqui, apresentar uma madeira que não tenha nós, que seja reta e que tenha estas características. Apenas 6% da enxadas são vendidas com cabo, o grande mercado vai ser a venda de produtos com cabos".
(Jornal Contexto, 25/02/06)

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