Madeira tratada é investimento durável na região de Santa Maria
2006-03-02
Nunca se falou tanto em madeira no Estado como agora. Bastou a fábrica
de celulose Stora Enso anunciar o interesse de plantar florestas na
Metade Sul para os holofotes se voltarem ao setor. Em Formigueiro, uma
família dá o exemplo de como as árvores podem gerar lucro.
O segredo da família Pires é tratar a madeira para fazê-la durar mais.
A empresa Sultrat usa o processo de autoclavagem (a madeira é tratada
com produtos químicos por meio de vácuo e pressão) para aumentar a
durabilidade e evitar o ataque de insetos, cupins e fungos.
Segundo o dono, Rogério Cassol Pires, a madeira comum, que apodrece em
três anos, pode durar pelo menos sete vezes mais se for tratada. Só
são usadas madeiras de florestamento, como pínus e eucalipto. O produto
é destinado à construção de casas, galpões, cercas, estábulos e postes.
- A madeira tratada diminui a perda de tempo, os gastos e o estresse
das pessoas, já que tem durabilidade - diz Rogério.
O negócio que começou tímido, há três anos, tem dado tão certo que a
Sultrat já tem clientes espalhados por todo o Estado. Rogério começou
a tratar madeira de forma caseira para fazer as cercas da fazenda da
família. Logo viu que ali havia um negócio promissor. Ele então abraçou
a idéia de abrir a usina.
A máquina de autoclavagem é parecida com um forno. Com o aumento das
vendas, ela também cresceu - antes, tinha capacidade para toras de 5
metros de comprimento e agora aceita madeiras de até 7 metros. Da
máquina, saem 160 toneladas de madeira por mês, quantidade suficiente
para encher 10 caminhões.
O responsável técnico da empresa, Felippe Simões Pires Netto, irmão de
Rogério, garante que o processo não prejudica a natureza, pois há
poucos riscos de vazamento do produtos químico.
Plantando as próprias árvores
Outra vantagem é que os Pires não precisam esperar sete anos para a
árvore crescer, como ocorre para a extração de madeira para produção
de celulose (matéria-prima na fabricação de papel). Conforme Felippe,
com quatro anos o eucalipto já pode ser aproveitado.
Os negócios não param de crescer. Para economizar na compra da madeira,
plantada na região, a família resolveu cultivar suas primeiras mudas
de eucalipto. Até a primeira extração, será preciso esperar. A família,
que tem dois empregados, não tem pressa.
- É preciso paciência. Mas não tem problema, porque a madeira é
fundamental à sociedade e este negócio tende a crescer - garante
Felippe.
(Diário de Santa Maria, 02/03/06)