Estados americanos agem por conta própria contra o aquecimento global
2006-03-02
Governadores do oeste dos Estados Unidos impacientes por mais ações federais em relação ao aquecimento global estão montando campanhas para lidarem com as mudanças climáticas por conta própria. Secas recordes, morte de milhares de hectares de florestas, invernos mais quentes, falta de água e incêndios catastróficos são alguns dos efeitos que atingem o oeste e justificam os esforços conjuntos. “Sob a administração Bush, os Estados Unidos estão ignorando os melhores cientistas do mundo em mudanças climáticas” – diz o governador de New México, Bill Richardson, um democrata citado nas pesquisas como possível candidato à Presidência. “A real ação está no estado e em nível local”, acrescenta.
A política faz parte desse debate: cinco dos seis governadores são democratas que criticaram a administração nessa questão. O único republicano é o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. O estado da Califórnia é o 18º maior produtor do mundo de gases causadores do efeito estufa, que prendem o calor na atmosfera. Schwarzenegger direcionou um “time de ação climática” em junho para encontrar maneiras de cortar emissões até 2010, com reduções mais significativas até 2020. O time de ação da Califórnia vai liberar o plano no início de março. As estratégias podem incluir um suplemento da gasolina para pesquisa de combustíveis alternativos e a cobrança de relatórios de emissões das indústrias que geram dióxido de carbono.
O presidente Bush tem defendido iniciativas voluntárias e rejeitado o Protocolo de Kyoto, acordo para combater o aquecimento global, dizendo que o corte obrigatório nas emissões poderia arruinar a economia do país.
O último estado a unir-se ao esforço foi Montana, onde uma pesquisa geológica realizada por computador indica que geleiras no Glacier National Park podem desaparecer em 25 anos se o aumento da temperatura continuar no ritmo atual. Elas poderiam desaparecer até 2100 mesmo sem aquecimento adicional, informa a pesquisa.
Oregon e Washington planejam adotar os limites estipulados pela Califórnia no controle de emissões, o mais restrito da nação. Arizona estabeleceu um painel de mudanças climáticas para criar um plano de ação até 30 de junho. Sete estados no nordeste prometeram em dezembro limitar as emissões das usinas de energia. Este mês, a Comissão de Serviços Públicas da Califórnia anunciou planos para também restringir esse tipo de emissões. Prefeitos de 202 cidades de todo o país, liderados por Greg Nickels, de Seattle, prometeram alcançar as metas de emissões previstas no Protocolo de Kyoto. “Tudo ajuda”, diz Steve Owens de Departamento de Qualidade Ambiental do Arizona. “Levou tempo para entrarmos nesse acordo. Vai levar tempo para sairmos dele”.
(CarbonoBrasil, 01/02/03)
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