O senador Carlos Patrocínio (sem partido-TO) fez um apelo sexta-feira, no Plenário, para que os parlamentares se unam em defesa da construção da Ferrovia Norte-Sul, que vem sendo feita em ritmo muito lento, em vista da escassez de recursos públicos. O projeto da ferrovia, que já se arrasta há 15 anos, foi orçado em US$ 2,2 bilhões de dólares (cerca de R$ 6 bilhões), tendo recebido, até agora, apenas R$ 600 milhões. Patrocínio explicou que a Ferrovia Norte-Sul, que ele considera verdadeiro sonho de goianos, tocantinenses, maranhenses e paraenses, foi projetada para ligar Goiás ao Porto de Itaqui, no Maranhão, numa extensão de 2.200 quilômetros. A área de influência do projeto compreende 1,8 milhão de quilômetros quadrados de terras ricas, tanto em minérios quanto para a produção agropecuária. Há naquela região, segundo o senador, reservas de 46 milhões de toneladas de amianto, 508 milhões de toneladas de calcário, 20 milhões de toneladas de estanho e 166 milhões de toneladas de níquel. A ferrovia está sendo construída pela Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (Valec), empresa do Ministério dos Transportes. Até agora foram concluídos somente 226 quilômetros de linhas ferroviárias, ligando os municípios maranhenses de Estreito e Açailândia, incluindo conexão com a estrada de ferro Carajás, atingindo o Porto de Itaqui e a capital maranhense, São Luís. Além de Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, a Ferrovia Norte-Sul, quando pronta, irá beneficiar também os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí. Segundo Patrocínio, a implantação definitiva da ferrovia e da hidrovia Araguaia-Tocantins dará outra dimensão econômica ao corredor que corta o Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país. O senador disse ainda que até o dia 10 de outubro estará sendo divulgado, pelo Ministério dos Transportes, o edital para a contratação da empresa que vai desenvolver os estudos de modelagem financeira para a privatização da Ferrovia Norte-Sul - o que poderá ser a solução para a escassez de recursos para o projeto.