Moradores do Cristal reivindicam saneamento básico
2006-03-02
Moradores da Vila Ecológica, no bairro Cristal, em Porto Alegre, sofrem com a falta de saneamento básico. Há cinco anos na vila, o motorista de ônibus e delegado do Orçamento Participativo (OP) Ivanir Selau Jorge afirmou que a instalação da rede de água foi conquistada pela comunidade, no orçamento de 2004, e a obra deveria ter começado em 28 de agosto do ano passado. Quanto à rede de esgoto, garantida no OP de 2005, estava prevista para fevereiro, mas até ontem, último dia do mês, a obra não havia começado.
Conforme Jorge, um caminhão-pipa abastece, diariamente, por volta das 10h, as caixas d água da vila. Destacou que ao meio-dia, com a intensa demanda, não há mais água nas caixas a ser buscada, com bombonas e outros recipientes, pelos moradores. O líder comunitário só consegue usufruir de um banho de chuveiro graças à criatividade: instalou um motor que puxa a água armazenada em uma vasilha. O esgoto a céu aberto correndo pelas vielas de chão batido preocupa o morador. Ele teme a proliferação de doenças.
O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Flávio Presser, atribuiu à burocracia o atraso na obra da rede de água estimada em R$ 500 mil. Argumentou que teve de ser feito um termo aditivo no convênio firmado entre a administração municipal anterior e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Presser enfatizou que o convênio não previa a participação do Dmae como executor. A obra foi licitada e R$ 350 mil, parte da Funasa no convênio, estão no banco. "Falta o presidente da Funasa assinar o termo e nos remeter uma cópia para a obra ter início", sustentou, adiantando que o projeto de engenharia de esgoto só poderá ser elaborado durante a implantação da rede do serviço de água.
(CP, 01/03/06)