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2006-03-02
Cachoeira do Sul ganhou na sexta-feira passada (24/02) o governo do Estado como aliado no processo de instalação da indústria Grandiesel, uma das primeiras do Brasil que irá produzir biodiesel em grande escala. O investimento inicial será de R$ 40 milhões, mas deverá chegar aos R$ 60 milhões quando a fábrica estiver funcionando a pleno. A Grandiesel será uma divisão industrial da empresa paulista Granol, que está correndo contra o tempo para iniciar a produção de biodiesel dentro de seis meses.

O diretor industrial da Granol, Juan Diego Ferrés, revelou na sexta-feira (24/02) ao governador Germano Rigotto que a unidade de produção de biodiesel em Cachoeira do Sul terá capacidade para esmagar cerca de 500 mil toneladas de soja ao ano, processamento que dará origem a 100 milhões de litros de biodiesel ao ano. Rigotto e Ferrés assinaram protocolos de intenção nos quais a empresa mostrou seus planos e o Governo do Estado se comprometeu a dar incentivos.

Em uma conversa mais discreta, durante o encontro da sexta-feira, o prefeito Marlon Santos, um representante da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o diretor da Granol, Juan Diego Ferrés, ficou alinhavado de que o pedido de licença ambiental da Grandiesel poderá ser solicitado antes mesmo da oficialização de doação da área. Com isso, Marlon ganha mais alguns dias, já que os representantes da Granol estavam decididos a mudar o investimento para Anápolis (Goiás), caso a doação não fosse oficializada até o próximo dia 10.

A reunião para negociações para a indústria de biodiesel serviu também para jogar água fria na briga que o prefeito Marlon Santos e o governador Germano Rigotto estavam alimentando nos últimos meses. Além de elogios e sorrisos largos, Marlon e Rigotto trocaram abraços efusivos. O encontro era de interesse do governador, que atrasou a audiência das 10h para as 15h só para contar com a presença do prefeito na reunião. O governador destacou que através do investimento da Granol virão outros investimentos para o desenvolvimento e geração de emprego e renda no Rio Grande do Sul. “Cachoeira do Sul faz parte do processo de resgate e transformação da metade sul do estado em uma região de pujança econômica”, frisou Rigotto.

A região Sul do Brasil consome 21% do total de óleo diesel utilizado no país. Isso equivale a 7,75 milhões de toneladas. No caso do biodiesel, o Rio Grande do Sul tem a seu favor o fato de ser o terceiro maior produtor nacional de oleaginosas. Criado por decreto do governador Rigotto, em 26 de novembro de 2003, o Probiodiesel/RS surgiu antes do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. O projeto, desenvolvido pela Secretaria da Ciência e Tecnologia, estimula e apóia pesquisas sobre a fabricação de biocombustível e a implementação de unidades de produção.

O secretário da Ciência e Tecnologia, Kalil Sehbe, entende que o Rio Grande do Sul, sob a orientação e determinação do governador Rigotto, está sendo diferencial na atração de novos investimentos. “Estamos colhendo os resultados do programa estadual Probiodiesel, pois as empresas que estão se instalando aqui no estado contam agora com tecnologia de última geração”, observou Sehbe. Rigotto instituiu também o Comitê Gestor dos Arranjos Produtivos de Bioenergia do Estado do RS (AP/Bioenergia-RS), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais. O Comitê engloba agentes públicos e privados diretamente ligados às diversas formas de bioenergia, com a proposta de fomentar a produção de bioenergéticos como o biodiesel, por indústrias estabelecidas no Rio Grande do Sul.

Além de ser uma importante alternativa ao diesel de petróleo, pelas vantagens ambientais e econômicas que apresenta, a produção de biocombustível representa a possibilidade de expansão para a fronteira agrícola gaúcha, viabilizando aumento da oferta de emprego e de renda. Cerca de 40 representantes de entidades e políticos se encontraram na sexta-feira no gabinete do governador Rigotto para a assinatura do protocolo de intenções. Com calor batendo próximo dos 40 graus, o ar-condicionado do salão não deu conta de manter uma temperatura agradável. “Foi uma reunião quente e promissora”, revelou um dos participantes da reunião. Enquadrado no programa Probiodiesel/RS, que tem como agentes a CaixaRS Fomento Econômico e Social e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Grandiesel terá o pedido de inclusão nos incentivos do Fundopem/RS. O valor que deverá ser destinado para este investimento ainda não está definido.

Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis. No processamento do biodiesel, também se obtem a glicerina, empregada para fabricação de sabonetes e diversos outros cosméticos. Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se pode produzir o biodiesel, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras. O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores de caminhões, tratores, camionetas e automóveis. Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100.

O biodiesel já vem sendo pesquisado e já é conhecido desde o início do século passado, principalmente na Europa. É interessante notar que, segundo registros históricos, o Dr. Rudolf Diesel desenvolveu o motor diesel, em 1895, tendo levado sua invenção à mostra mundial em Paris, em 1900, usando óleo de amendoim como combustível. Em 1911, teria afirmado que o motor diesel pode ser alimentado com óleos vegetais e ajudará consideravelmente o desenvolvimento da agricultura dos países que o usarão.

Esse combustível permite a economia de divisas com a importação de petróleo e óleo diesel e também reduz a poluição ambiental, além de gerar alternativas de empregos em áreas geográficas menos atraentes para outras atividades econômicas e promover a inclusão social. A médio prazo, o biodiesel pode tornar-se importante fonte de divisas para o país, somando-se ao álcool como fonte de energia renovável que o Brasil pode e deve oferecer à comunidade mundial.

Reduzir a poluição é um objetivo mundial. Melhorar as condições ambientais, principalmente nos grandes centros metropolitanos, significa evitar gastos dos governos e dos cidadãos no combate aos males da poluição, estimados em cerca de R$ 900 milhões anuais. Além disso, a produção de biodiesel possibilita pleitear financiamentos internacionais em condições favorecidas no mercado de créditos de carbono, previsto no Protocolo de Kyoto.

O mercado de créditos de carbono, previsto no Protocolo de Kyoto, já vem realizando algumas operações, mesmo sem a adesão da Rússia. A vantagem consiste, basicamente, em financiar empreendimentos que contribuam para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico e o enxofre. Assim, os empreendimentos são financiados em condições especiais, como estímulo a sua contribuição para a melhoria das condições ambientais do planeta.

A cor e o odor do biodiesel variam um pouco em relação ao óleo vegetal escolhido como matéria prima. Em geral, o produto é amarelo, podendo ser muito claro ou mesmo alaranjado. O odor é parecido com o do óleo vegetal de origem.
(Giuliano Fernandes/ Jornal do Povo, 26/02/06)

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