Tsunami revela barreira de corais na Tailândia
2006-02-24
Pouco mais de um ano depois da onda devastadora do tsunami, a organização WWF (sigla em inglês para Fundo Mundial para a Natureza) descobriu na Tailândia uma nova barreira de corais no mar Andamano, ao longo de Phang-nga (sul da Tailândia), na península Malaia. "As pesquisas e levantamentos realizados foram bem-sucedidos também graças ao contato contínuo com as populações locais e os pescadores", afirma Songpol Tippayawong, responsável da WWF pelo departamento de conservação dos mares e costas tailandesas.
"A barreira se estende por 270 hectares, conta com mais de 30 tipos de corais e 112 espécies de peixes. Pela primeira vez descobrimos nestes mares espécies só vistas em outros, como, por exemplo, o peixe-papagaio (Chlorus rakaura) descoberto no Sri Lanka", explica. A barreira de coral (um dos ambientes mais ricos em biodiversidade) pode certamente representar uma fonte de riqueza para as populações locais. "Por isso a WWF trabalha junto com os departamentos de recursos marinhos e de parques nacionais para constituir nesta região um parque nacional marinho", explica a ONG ambientalista.
"A descoberta é espetacular. As barreiras são os ambientes mais ricos do planeta e equivalem, no mar, às florestas tropicais; mas são também os ambientes mais ameaçados", afirma Gianfranco Bologna, diretor científico da WWF. Bologna lembrou que mais de dois quartos das barreiras de coral do planeta estão seriamente ameaçadas tanto pelas devastações naturais (como o tsunami), como pelos efeitos da mudança climática.
"A elevação da temperatura média das águas provoca o que os ingleses chamam "bleaching", isto é o embranquecimento. Com a elevação das temperaturas os corais param de fazer fotossíntese, perdem a alga e viram esqueletos, tornando-se brancos. Dai a importância de descobertas como esta na Tailândia e também de uma atenção particular a estas regiões, sinônimo de saúde não só ambiental como também econômica das populações locais", diz Bolonha.
(Ansa, 23/02/06)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14302.shtml