PROBLEMA DAS QUEIMADAS É MUNDIAL E EXIGE NOVAS POLÍTICAS FLORESTAIS
2001-09-25
Muitos cientistas, diante do problema, alertam para a necessidade de se repensarem as políticas públicas florestais. Eles têm evidências de que o próximo El Niño ocorrerá sem que haja sequer o início da recuperação das florestas devastadas quando da ococrrência do último El Niño, em 1997/98. O problema não é apenas com a floresta amazônica. Na Russia, em setembro de 1999, 28.176 incêndios foram registrados, atingindo 541.309 hectares de florestas e 194.787 hectares de áreas não florestais. Em agosto do mesmo ano, cerca de 300 incêndios florestais foram verificados na Califórnia, em Nevada, Oregon, Utah e Idaho, nos Estados Unidos. A maioria deles foi causada por pessoas que atearam fogo em campos ou florestas. Até mesmo o Alasca foi atingido, com 400 mil hectares de florestas queimados. No Canada, em meados de setembro, 7,2 mil incêndios devastaram 2,678 milhão de hectares. Houve também ocorrências de queimadas de séria intensidade na Indonésia, na mesma época. Os esforços para reverter a situação têm sido insuficientes na maioria dos casos. As políticas prevêem ações de muito longo prazo, agências ambientais e governos tem dado mais atenção a aquisição e ao uso de tecnologias avançadas para combate ao fogo, mas muito pouco e feito em curto prazo. Os cientistas e técnicos que atuam no monitoramento de florestas acham que medidas técnicas, geralmente caras e sofisticadas, não influenciam na solução das queimadas. Eles apostam mais em políticas que se preocupem em evitar a derrubada de florestas, em supervisão e em trabalhos voltados a educação ambiental, além de mudanças nos modos de alocação e uso de terras. Outra medida considerada necessária é o gerenciamento econômico-ecológico mais efetivo das áreas florestais, com a participação de governo e comunidades.