Artigo: A insensatez da importação de pneus usados
2006-02-24
A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) considera que a proibição da importação de pneus usados não representa qualquer ameaça às 1.600 empresas de reforma de pneus existentes no País. De acordo com estudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) que se encontra disponibilizado nas páginas da internet do Conama (www.mma.gov.br/conama), o Brasil conta por ano com pelo menos 10 milhões de pneus usados em condições de reforma.
A liberação da importação de pneus usados de automóvel, sempre por via judicial, sob justificativa de destinarem-se unicamente à reforma, revela-se no mínimo suspeita se for considerado que dos 10,5 milhões importados em 2005, no máximo entre 2,5 e 4 milhões de unidades (capacidade instalada declarada pelo setor) poderiam ter sido reformados. O restante, 6,5 milhões de pneus, foi vendido diretamente como meia vida ou mesmo descartados como imprestáveis, como, aliás, foi denunciado pelo Ibama em recente reunião da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, ato que configura o crime de “descaminho”.
Por serem considerados um risco ambiental e até de saúde pública, uma vez que serão despejados no meio ambiente, transformando o Brasil em verdadeiro lixo do mundo, essas importações de pneus usados representam para os países mais desenvolvidos, principalmente da Europa, uma solução altamente satisfatória. Ainda mais considerando que este ano estará proibido o descarte desses pneus, mesmo que picotados, em aterros.
A imensa quantidade de pneus importados jogados no mercado consumidor sem qualquer tributação, de forma clandestina, provocou ainda efeitos negativos na comercialização de pneus novos no mercado da reposição. Isto gerou uma retração surpreendente e uma ameaça à geração de impostos e empregos para o País, afetando inclusive os planos de investimentos da indústria de pneus novos que até o final de 2007 devem totalizar US$ 1,2 bilhão.
A persistir a importação de pneus usados importados, o Brasil corre o risco de tornar-se uma lixeira do mundo.
(Artigo divulgado pela Assessoria de Imprensa da ANIP / WN&P Comunicação)