A evolução do projeto da nova fábrica da Aracruz no RS
2006-02-24
Novembro de 2002 – Klabin protocola na Fepam pedido de análise do Estudo de Impacto Ambiental do projeto de duplicação da sua fábrica de Guaíba, a Riocell, que atingiria uma produção de 860 mil toneladas de celulose ao ano.
Dezembro de 2002 – Ambientalistas criticam duplicação da Riocell para equipe de transição do governador eleito, Germano Rigotto.
Maio de 2003 – No dia 30, a Riocell, controlada pelo grupo Klabin, é comprada pela Aracruz Celulose por 610,5 milhões de dólares.
Junho de 2003 – Jornais Folha de S. Paulo e Gazeta Mercantil noticiam que a Aracruz deverá executar o projeto de duplicação da Riocell, iniciado pela Klabin, num investimento de 500 milhões a 600 milhões de dólares.
Junho de 2003 – No dia 5, o diretor-presidente da Aracruz Celulose, Carlos Aguiar, afirma que aguardará estudos para decidir se levará adiante o projeto de aumento da produção da Riocell. O prazo estipulado é de seis meses.
Setembro de 2003 – No dia 3, rádios, canais de televisão e jornais começam a veicular publicidade informando que a Riocell passa a se chamar Aracruz Guaíba.
Setembro de 2003 – No dia 3, em coletiva de imprensa, Carlos Aguiar descarta a possibilidade de duplicar a fábrica em Guaíba, por falta de matéria-prima florestal disponível.
Setembro de 2003 – Na semana seguinte, a Aracruz pede à Fepam o cancelamento da análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da duplicação de sua unidade em Guaíba.
Setembro de 2003 – No final do mês, jornais de Porto Alegre começam a publicar notas especulando sobre possível investimento da Aracruz na Metade Sul do Estado.
Janeiro de 2004 – Jornais publicam que a Aracruz anunciará no primeiro semestre a modernização ampliação de sua fábrica em Guaíba em 50 mil toneladas/ano, num investimento de R$ 150 milhões.
Abril de 2004 – Governo do Estado, através da Caixa RS, lança o Programa de Financiamento Florestal Gaúcho (Pró-Flora), que abre créditos de R$ 30 milhões para novas plantações florestais, especialmente pinus, eucalipto e acácia negra.
Maio de 2004 – Diretor de Operações da Aracruz, Walter Lídio Nunes, afirma na Assembléia Legislativa que o Rio Grande do Sul está entre os locais em estudo para a instalação de uma nova fábrica de celulose, de 1,2 bilhão de dólares.
Julho de 2004 – No dia 20, Aracruz e Caixa RS firmam convênio para o repasse de R$ 15 milhões, através do Proflora. Os recursos, que vieram do BNDES, são para produtores rurais integrados ao sistema de produção da empresa. O acordo é firmado na Fazenda Barba Negra, em Barra do Ribeiro, onde é inaugurada a ampliação do Viveiro Florestal da Aracruz, que abastece 24 municípios com mudas de eucalipto: produção de 10 milhões de mudas em 2005 e 30 milhões de mudas/ano a partir de 2007.
Setembro de 2004 – Dia 15, no Palácio Piratini, a Aracruz anuncia investimento de R$ 150 milhões para modernizar e ampliar a produção da fábrica de Guaíba e expandir suas plantações florestais.
Janeiro a setembro de 2005 – Dirigentes da Aracruz falam na instalação nova planta de celulose sem revelar localização. A imprensa especula que será na Metade Sul.
Outubro de 2005 – Deputados estaduais fazem abaixo-assinado para que Aracruz instale seu novo investimento no Rio Grande do Sul.
Novembro de 2005 – Plantações florestais na Metade Sul ganham manchetes nos jornais, com a confirmação de investimentos da Votorantim Celulose e Papel e da Stora Enso.
Janeiro de 2006 – Aracruz inaugura obras de modernização e ampliação da unidade Guaíba, que passa de 400 mil toneladas de celulose ao ano para 430 mil toneladas. Declarações de dirigentes da empresa e representantes do Estado dão mostras de que a nova fábrica deve ser instalada em Guaíba. O anúncio da decisão está previsto para março.
Por Guilherme Kolling