A França aprovou planos para uma agência independente de segurança nuclear na quarta-feira (22/02), uma decisão para tranqüilizar o público, em meio aos esforços para expandir a grande rede de energia nuclear do país. "A transparência e o rigor nos controles vão de mãos dadas com o desenvolvimento de nosso programa nuclear", de acordo com o porta-voz do presidente Jacques Chirac, Jean-Francois Cope.O governo submeteu os planos para a nova agência ao Parlamento, que vai discuti-lo no começo do mês que vem.

A França tem uma dependência em energia nuclear maior que qualquer outro país, com cerca de 80% de sua eletricidade proveniente de seus 58 reatores atômicos. Mas o país, assim como a maioria da Europa, está procurando a independência no setor de energia, frente ao aumento do preço e diminuição das reservas de óleo, e o suprimento incerto de gás da Rússia.

A França está na linha de frente da pesquisa de uma nova geração de reatores nucleares, e enquanto a oposição à energia nuclear é menor do que em outros países, as preocupações com a segurança continuam grandes. A nova agência monitoraria a segurança em instalações nucleares e o nível de radiação em hospitais e centros de pesquisa. Informaria a população sobre os acidentes nucleares e aconselharia o governo a como lidar com eles. Ela seria similar à Agência de Regulamentação Nuclear dos EUA, disse Chirac, e assumiria responsabilidades que agora são dos Ministérios da Indústria, do Trabalho e do Meio Ambiente. O governo continuaria, porém, a estipular as regras de segurança nuclear e decidiria quando fechar ou abrir as instalações nucleares, mas a agência também estaria apta a fechá-las por razões técnicas.
(AP, 22/02/06)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/fev/22/238.htm