Atividades marcam um ano do assassinato de ecologista no Rio
2006-02-23
Representantes da sociedade civil promovem nesta quarta-feira (22) várias atividades para marcar um ano de morte do ecologista Dionísio Júlio Ribeiro, assassinado na Reserva Biológica de Tinguá, onde atuava em trabalhos de fiscalização e educação ambiental.
A programação inclui plantio de mudas de espécies, como pau–brasil e ipê roxo, na Praça do Tinguá, no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, almoço comunitário na Cooperativa de Moradoras da Comunidade da Biquinha, localidade da região, e missa no final da tarde na igreja da região.
Seu Júlio, como era conhecido, foi policial militar reformado e um dos diretores da organização não governamental Grupo de Defesa da Natureza (GDN). Combatia ações ilegais na unidade, como extrativismo e a caça predatória. O ecologista foi assassinado quando retornava de uma reunião com a Associação de Moradores e Amigos do Tinguá. O acusado pelo crime será julgado amanhã (23) e nega a autoria do assassinato, depois de ter assumido a culpa quando foi preso.
O membro-titular do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, Sérgio Ricardo, disse que os ativistas estão de luto porque a reserva não recebeu, até agora, nenhum investimento, conforme o prometido por autoridades na ocasião da morte do ativista. Segundo ele, o único carro de fiscalização da reserva quebrou ontem (21), durante uma operação.
"As iniciativas que estão ocorrendo estão vindo da sociedade. São projetos de criação de tanques de peixes, floricultura, construção de um restaurante – escola para formação de pólo gastronômico e ecoturismo na região", afirmou.
Sérgio Ricardo disse que todas as entidades envolvidas na luta de preservação da reserva querem que a parceria sociedade civil e poder público ocorra de modo efetivo. Explicou que a união é essencial para a elaboração de projetos de trabalho e renda, com enfoque na proteção do meio ambiente, para as 4 milhões de pessoas que moram no entorno da reserva.
"O Tinguá é uma área estratégica na Baixada Fluminense, com 26 mil hectares, abrangendo cinco municípios. Além de única da região na preservação da Mata Atlântica, é um manancial de abastecimento complementar ao sistema do Guandu, responsável pela água fornecida para toda a região metropolitana do Rio", explicou.
(Agência Brasil, 22/02/06)